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A marcha batida do autoritarismo
Dois deputados federais do PT do Maranhão estão em greve de fome no plenário da Câmara.
Impedidos de lançar um candidato do próprio partido, PT, contra uma oligarquia que há 40 anos infelicita um dos estados mais pobres da federação, com IDH lamentável, só lhes restou o gesto extremo.
Importante ressaltar, que são pessoas da maior dignidade, torturados estupidamente pelo regime Nazi-fascista da época, que continuaram entretanto a ajudar no restabelecimento da democracia, participando de eleições, expondo seus nomes ao julgamento da vontade popular, ao invés de prestar apenas serviços aos eventuais governantes.
Trata-se na verdade da predominância da tese da Ética do Poder a qualquer preço, os fins justificam os meios.
É o preço que o PT paga pela eleição de sua candidata, que, aliás, nada tem a ver com a sua história libertária.
Além de sangrar quadros da maior dignidade como Patros Ananias, Pimentel e etc, afastam Plínio de Arruda Sampaio, Marina Silva, Cristóvão Buarque entre tantos outros, inclusive Leonardo Boff, da Teologia da Libertação.
Destroem o PT mas mantêm o poder.
Em Santa Catarina, o PMDB Nacional retribui serviços, ameaçando intervir no diretório regional para favorecer seu candidato a vice, o ilustre jurista Temmer e a pretensa heroína das obras inacabadas.
Serviçais pra cima, autoritários para baixo.
Tudo indica, teremos mais dois ou três deputados federais do PMDB, em greve de fome indignados, bradando contra esta marcha dos autoritários, pregadores repita-se, da ética do poder a qualquer preço.
Denunciá-los é pouco e talvez seja necessário, algo mais.
A ditadura explícita, levamos 20 anos para derrubá-la.
Essa agora, das maiorias de balcão e da pelegagem de luxo, talvez demore mais a ser desmascarada.
Democracia é obra de todos, que ninguém se omita.
*Jaison Barreto, médico aposentado e ex-senador da república