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Poder público e áreas de risco


Venho falando há anos da irresponsabilidade, para dizer o mínimo, do poder público, no que diz respeito à ocupação de áreas de risco em nossas cidades. Tenho denunciado repetidas vezes o descaso de nossas “autoridades”, que autorizam a construção de moradias em lugares que jamais poderiam comportar benfeitorias.

Com mais uma grande tragédia, a do Rio de Janeiro, que tem suas encostas despencando com chuvas torrenciais, causando a morte de centenas de pessoas que moram naqueles locais de alto risco, o assunto veio à tona também aqui em Santa Catarina. Mais pessoas, em nível nacional, têm denunciado a má administração pública das áreas de risco, como geólogos, ambientalistas, ecologistas, etc.

Repórteres da televisão foram verificar como está a situação nos locais onde já aconteceram tragédias nos últimos anos, em nosso estado, e o que foi constatado é que não só não se fez nada, como as construções em áreas perigosas continuam.

A verdade é que é crime o que vem acontecendo, pois o poder público de nossas cidades não faz nada para coibir a ocupação de áreas que não devem ser usadas para construir residência. E mais: como no caso do Rio, o próprio poder público fez pior, depositando lixo na encosta do morro, por muito tempo, transformando a área em lixão e depois autorizando que as pessoas usassem a área para morar.

As pessoas estão morrendo, vítimas de deslizamentos de encostas, estão sendo feridas e perdendo tudo porque não foram impedidas de ocupar lugares proibidos. E não me venham dizer que não é isso, pois nesses lugares há luz, água, há urbanização e não é de duvidar que as pessoas ali estabelecidas estão pagando IPTU.

Então os administradores que permitiram as ocupações ilegais deveriam ser responsabilizados. Esperemos que, pelo menos daqui para a frente, isso seja corrigido. E que, a médio prazo, aqueles que já estão nas áreas de risco sejam realocados. Para que não aconteçam mais tragédias como as do Rio e como as que aconteceram em Ilhota, Blumenau e em outras cidades.

E, cá para nós, não me venham os políticos colocar a culpa na pobre Mãe Natureza. Somos nós que poluímos tudo e provocamos a degradação e a morte do nosso planeta. O que está acontecendo é apenas resultado do pouco caso e desrespeito do ser humano para com o meio ambiente e da sua incompetência em administrar.

Os dirigentes de nossas cidades dizem que não conseguem tirar as pessoas que invadem as áreas de risco. Pois não deveriam ter autorizado, desde o início, a ocupação de qualquer área sabidamente condenada, como as que estão deslizando e estão para deslizar. A função do poder público é essa.

E quando tirarem as pessoas dos locais de risco, se tirarem antes que todas elas sejam vítimas do pouco caso e da desumanidade daqueles em quem votamos, essas pessoas devem ser colocadas em local seguro, e não largadas na rua, sem ter para onde ir.

Mas a eleição está aí. Será que vamos saber votar, sacando fora esses administradores incompetentes que aí estão? O problema, um grande problema, é saber que há a probabilidade de não termos candidatos decentes em quem votar. Aí parece que sobra uma única alternativa, a de anular o voto para que percebam que não estamos satisfeitos com o atual estado inaceitável de nossa administração pública.

Porque as coisas têm que mudar neste nosso país. E logo. É urgente. Senão, muito mais pessoas morrerão, vítimas da omissão, da irresponsabilidade, da corrupção e da impunidade.


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