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Vende-se um voto ano 2010


Corrupção e política são duas palavras que transitam em dois mundos: dos eleitores e dos eleitos. Embora tendo acompanhado nos últimos tempos, com assiduidade o acasalamento da política e da corrupção, ambas constatamos que são bem antigas. Portanto, não tenho a pretensão de querer dizer que apenas o atual governo é corrupto. Recentemente, uma pesquisa mostrou-nos que 17 milhões de brasileiros já venderam o seu voto. Em outras palavras, o problema não apenas da classe política, vai além, chega aos que se dizem puros.

Todos são corruptos então? Evidentemente que não. Mas o somos na medida em que ou nos vendemos ou simplesmente nos recusamos, em pactuar com a corrupção. Isso por gosto, por falta de tempo, por vontade, etc; No exercício da política, podemos ser, no mínimo cúmplices, para o bem ou para o mal do que fazem nossos representantes. Nenhum cidadão está esquive dessa responsabilidade. Se há senadores corruptos, estes lá estão pelo voto. Assim deputados, governadores, prefeitos e vereadores. O que nos motiva o contrário é tão e somente, na maioria dos casos, nosso único e inalienável interesse.

Nossa sociedade chegou a tal ponto de decadência moral que frequentemente honramos pessoas que, por exemplo, praticam gestos como devolver uma carteira com dinheiro esquecida ao dono. Ora isso deve, ao menos deveria ser algo comum, não digno de destaque. Mas é pela carência de cidadãos dispostos à honestidade que enfrentamos esse tipo de situação em que alguém é louvado por ser, vejam só, honesto, um dever, e não mérito. Algo está errado, muito errado, e não será o topo da pirâmide que vai mudar a situação que lhe é favorável. Só um tolo acreditaria nisso.

A solução parte do povo. E povo não se trata dessa visão de massa, quase sempre manipulável, mas sim de um conjunto de indivíduos capacitados, esclarecidos, a ponto de verem-se como partes constitutivas de um sistema que encontra fundamento nessa consciência, de nossa cidadania. De que a democracia se realiza no momento em que nos vemos como ativos no processo de tomada de decisões, nos projetos de futuro. Isso demanda uma educação de mais qualidade, de instituições mais fortes, do cumprimento da lei. Nada do jeitinho, das facilidades, dos favores escusos, do fisiologismo.

Depreendo a partir das últimas amostragens políticas. A imprensa é censurada. E o voto popular é transformado num problema equacional, onde coligações propagarão nas urnas eletrônicas, o premer da tecla verde confirma. Dizem que aprendemos com os nossos próprios erros, desta forma, é tempo de uma nova ação política. A democracia precisa abrir os olhos, senão, os candidatos vão se brigar pelos classificados de jornais, onde os eleitores estarão anunciando seus votos como, qualquer outro produto. E você deseja esse desfecho?

José de Souza Júnior

Graduação em Filosofia – UNIFEBE. Cursando mestrado em Ciência Políticas – UFSCar - js_junior@yahoo.com.br


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