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Itajaí - Celeiro de virtudes
Volnei Morastoni
Itajaí é um celeiro de pessoas virtuosas. De um povo trabalhador que se abre para o mundo. Terra por onde desembarcaram imigrantes que fizeram progredir o Vale do Rio Itajaí-Açu. Cidade que nasceu imbricada com o mar e o porto. Sua história vem desde o período colonial, ainda nas disputas entre Portugal e Espanha.
Mas no século 19 é que foram dados os primeiros passos para a ocupação da região. A entrada de imigrantes e descendentes de africanos e europeus aconteceu pelo porto de Itajaí. Primeiro com os luso-açorianos, africanos e afrodescendentes. Depois, em meados do século, com a entrada de alemães, italianos e poloneses. O vilarejo foi se emancipando com criação de um Curato, em 1824, e com a fundação do município em 1859.
O desenvolvimento econômico da cidade veio na primeira década do século XX, com o projeto para modernizar os portos no Brasil. Na década de 30, são formadas as organizações dos trabalhadores do porto. Vinte anos depois, Itajaí vive período áureo, com a exportação de madeira, quando porto e ferrovia intensificam a mão de obra.
Hoje, passados 154 anos da fundação de Itajaí, a economia da cidade ainda se concentra no porto. Lembro-me de quando fui prefeito (2006-2009), e o porto era responsável pela segunda maior movimentação de contêineres do país. Na época, a cidade recebeu o maior volume de verbas do PAC, per capta. Anos de trabalho intenso.
Não faltam motivos para comemorar o aniversário de Itajaí, que tem a nossa gente como protagonista desta história. Parafraseando Vinicius de Moraes: Peço a Deus por minha gente/ é gente humilde / que vontade de chorar.