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Conjuntura eleitoral
Pancadaria
Desconstrução. Sangria. Massacre. Podem escolher a palavra que melhor se adapta ao que estão fazendo com Marina Silva. Sim, eleição é um jogo pesado. Mas os atores do embate eleitoral deveriam observar certos limites, e civilidade entre si, e de respeito para com os eleitores.
Marina não está imune a críticas. Neste espaço, não me privei de apontar pontos frágeis da candidata. Estamos falando dos limites que separam uma disputa civilizada de um arranca-rabo vulgar. Mostrar contradições, exigir clareza das propostas, perguntar de onde virá o dinheiro para cumprir as promessas, está dentro de um marco aceitável e elevado.
Mas não é honesto atribuir aos adversários planos que eles nem cogitam, colar neles intenções supostas e ideias sorrateiras.
Política do terror
Quase tudo o que querem imputar à candidata do PSB é para esquartejá-la, e não tem o menor fundamento. Por que razão maluca Marina Silva abriria mão de R$ 1 trilhão de reais do pré-sal, se for eleita? Neca Setúbal, da família dos donos do Banco Itaú, pode, sem amuar ninguém do PT, apoiar Fernando Haddad para prefeito de São Paulo. Mas se apoia Marina, é porque a candidata se vendeu para os bancos? Por que ela, na presidência, irá afugentar os investidores, se estes andam arredios exatamente por causa do atual governo, dos equívocos, das decisões voluntariosas e erráticas na economia?
É a política do terror. Lança-se a mentira. Repete-se. Repete-se à exaustão. Ao final, as massas desatentas, os otários em geral, e até alguns bacanas acabam por incorporá-la, como irrefutável verdade.
Boff bota pra quebrar
No ataque a Marina até o teólogo Leonardo Boff botou para quebrar. Em entrevista que rola na internet, o ex-padre acusa Marina Silva de fundamentalista, ambiciosa, neoliberal. Chama-a de Jânio de saias. Diz que ela é o atraso do atraso. E ela passou para o lado das elites, traindo a sua história e as classes populares.
Menos, doutor Boff, menos. Na sua idade, as pessoas costumam ficam mais tolerantes. A fé cristã que é a sua - se baseia no amor e na caridade. Aos 75 anos, o senhor ficou mais bruto, exaltado e vulgar. O senhor é o mesmo Leonardo Boff que declarou, há bem pouco tempo, que no cenário político brasileiro, Marina Silva é a única pessoa à altura da nova humanidade?
De quem os bancos gostam
Boff também critica Marina pela aproximação com Neca Setúbal, do Itaú. O ex-padre poderia passar uma vista nas contribuições dos bancos na campanha presidencial. Ele ficará sabendo quem de fato é a queridinha dos banqueiros no Brasil. Os bancos, até semana passada haviam destinado R$ 16 milhões de reais para a campanha de Dilma. E R$ 10 milhões para as campanhas de Marina e Aécio, juntos.
Catarinas enrolados
Leitor atento observa que no mensalão havia o Pizzolato (Henrique), que está preso na Itália. Agora, no petrolão, é o Pizzolatti (João, deputado do PP-SC). Ambos catarinenses. Eles não têm nada entre si, nem nada a ver com a boa índole do povo barriga verde.