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Baixarias de campanha


Se você ler meio distraído a cobertura dos jornais e da tevê, e os comentários dos analistas, a respeito da campanha presidencial, vai concluir que há uma troca igual de baixarias, que os truques sujos são usados em igual quantidade e “qualidade” entre os candidatos do turno final.

Fariam bem os jornais, principalmente, se promovessem uma auditagem honesta a respeito de quem atirou primeiro, de quem se vale ordinariamente do recurso, e de quem – mais do que o outro – adentra pelo território abjeto das baixarias. Os ataques vis, desferidos a torto e a direito, sem limites mínimos de civilidade, são deseducadores, em nada contribuem para o avanço da democracia e o aprimoramento dos valores republicanos. Como são praticados no andar de cima, pelos pais da pátria, o homem comum, na sua lida diária, também se acha no direito de usar igual (e torpe) conduta, a fim de alcançar os seus objetivos.

As baixarias de campanha não foram criadas no Brasil. Isso vem de longe e de qualquer lugar onde há disputa de poder. Mas por aqui, e no quesito, o PT é o campeão disparado. O partido foi vítima dos golpes sórdidos de campanha, na eleição de 1989, Lula contra Collor. Mas daí para diante, como que tendo aprendido a lição – e como aprendeu! – foi esmerando o método. O PT não inventou a baixaria, mas a elevou ao estado da arte.

Não precisa ir longe para saber quem tem os golpes abaixo da linha de cintura como uma opção preferencial em campanha. No primeiro turno o PT, no rádio e televisão, demoliu a candidatura de Marina Silva, só com falsidades. Marina, ex-CUT, ex-PT, ex-senadora do PT, ex-ministra de Lula, nem por isso foi poupada de uma saraivada diária de ataques infames, como a de que era aliada dos banqueiros, uma FHC (ou Collor, ou Jânio) de saias, e cuja maldade iria ao ponto de diminuir a comida na mesa dos brasileiros mais pobres, acabar com os programas sociais como o Bolsa-Família e fazer sumir das escolas públicas os livros didáticos gratuitos. Um horror...

Estamos agora no auge dos ataques rasteiros contra Aécio Neves. O fato de chamar Dilma de “leviana” em debate, o transforma em alguém que não respeita as mulheres. Logo, não respeitar as mulheres (que já é grave) passa a significar a mesma coisa que bater nelas (o que é muito mais degradante). Já a presidenta quando chama de leviano o juiz do petrolão, Sérgio Moro, não se cogita de dizer que ela não respeita os homens. Aécio, porque se recusou a fazer um teste de bafômetro, parece ter cometido um crime de lesa pátria, embora não tenha ferido ninguém nem causado dano material. Mas ninguém dirá que Dilma, presidenta, colocou a vida do neto Gabriel em risco, quando o carregou no colo, no banco de trás do carro, fora da cadeirinha de criança, obrigatória pela lei de trânsito.

A pancadaria em cima de Aécio segue pela vertente de mentiras, insinuações e meias verdades. O pior é que a pauleira desvairada faz efeito, é eficaz. Não demora e a resposta virá no mesmo tom. Munição não falta. Como dá certo bater sem tréguas e sem limites, o outro baterá na mesma intensidade. Vai ficar como o diabo gosta.


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