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De separatismo, delação premiada e etc
A teoria separatista é escandalosa. Não está bem explicado, mas os separatistas parecem querer o nordeste fora do mapa brasileiro. E a Amazônia entra na conta? Alguém já imaginou o Brasil sem a Amazônia? Em todo o caso, é preciso repelir de plano a solução falsa e abjeta: melhor matar o mal na raiz.
Certos personagens bem conhecidos da política, botam o bloco na rua contra o separatismo territorial, mas não lhes causa escândalo dobrar a aposta, em cada eleição, no discurso do nós contra eles, dos ricos contra os pobres, dos brancos contra os negros. Nem se dão conta de que estão falando da mesma coisa.
A teoria da conspiração mais próspera da atual temporada é a da fraude das urnas eletrônicas. Para o colunista, não faz o menor sentido. É impossível burlar todo o aparato de apuração profissionais e técnicos de informática, funcionários e juízes de tribunais, fiscais de partidos e, em golpe de mão, inverter a vontade do eleitor e mudar o presidente.
E se fosse verdadeiro, porque não foi usado para derrotar Geraldo Alckmin em São Paulo? As urnas de São Paulo são boas e as do nordeste, ou de Minas, são fraudadas? A suspeita de violação das urnas eletrônicas só tem valor para fustigar e desgastar os vencedores. É uma tentativa de dar o troco no PT. Mas é perda de tempo: ninguém bate o partido nesse campo.
As autoridades precisam parar de conceder o benefício da delação premiada no processo do Petrolão. Já estão no benefício os senhores Paulo Roberto Costa, o Paulinho (para os íntimos, como Lula), o doleiro Alberto Youssef, e agora, Júlio Camargo, executivo da empresa Toyo Setal, fornecedora da Petrobras.
Nesse ritmo todos vão escapar da punição devolvendo o dinheiro que roubaram (a conta de devolução já está em R$ 173 milhões de reais só destes três) e usando do mesmo artifício. Não vai sobrar réu na lambança. Todos voltarão para casa, um pouco mais pobres, é verdade, mas ainda a tempo de viverem felizes para sempre.
O site de esquerda Carta Maior produziu uma análise demolidora do banqueiro Armínio Fraga, que era para ser o ministro da Fazenda se Aécio ganhasse. No Brasil tudo acontece. O atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, já foi demitido, é um ex-ministro. E um possível futuro ministro, Fraga, nem chegou a ser nomeado e já começou a apanhar. Pelo sim, pelo não, para não fugir ao costume, o Carta Maior já foi logo desconstruindo o candidato a ministro.
No ínterim, os nomes de outros dois banqueiros, Henrique Meirelles, e Luiz Trabuco, presidente do Bradesco, foram cogitados para ministro da Fazenda de Dilma Rousseff. De onde, pois, se pode concluir que existem banqueiros de esquerda, do bem, como Meirelles e Trabuco, e banqueiros neoliberais, de direita e do mal, como Fraga.
Não estranhem se, em futuro breve, o Bradesco for considerado um banco de esquerda.
O economista Roberto Campos, o Bob Fields, gostava de dizer que ninguém tem mais cara de contínuo do que ex-ministro. Tem. É de ex-ministro que continua no cargo, como o Mantega.