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Calma, Chico!
O Papa Francisco anda meio deslumbrado com a popularidade. Sua declaração a respeito da chacina de Paris, na redação do Charlie Hebdo, foi de uma rara e quase perfeita infelicidade. Sei lá. Como a entrevista foi dada nos ares, talvez o Espírito Santo não goste de viajar de avião.
Segundo Sua Santidade, se alguém xingar a sua dele mãe, ele parte para a, desculpe a expressão aqui traduzida, porrada. Francisco deve ter faltado à aula de teologia em que ensinaram a máxima cristã do amor e do perdão.
Ninguém é argentino impunemente.
Ainda bem (I)
Da série ainda bem que o Aécio não ganhou a eleição: depois de todas as barbeiragens do setor elétrico, comandadas pela mão firme de Dilma Rousseff, somente neste ano os aumentos das contas de luz deverão atingir o respeitável patamar dos 40 por cento; há quem calcule 60.
Só não haverá um apagão se a economia continuar assim, devagar quase parando. A plena carga, a todo o vapor, no Brasil, só a falta de vergonha.
Ainda bem (II)
Da mesma série: se já estivesse vigorando a nova regra do governo Dilma Rousseff no seguro-desemprego, de uma carência de 18 meses (e não mais de seis) para requerer pela primeira vez o benefício, não menos do que 6 milhões e 800 mil trabalhadores deixariam de recebê-lo, em 2014.
Não é nada, não é nada, mas é bem mais que a diferença de votos entre Dilma e Aécio na eleição presidencial.
A importância de Marta
Ficamos sabendo agora que Marta Suplicy (PT-SP) tentou sem êxito e de todas as maneiras apresentar seu pedido de demissão do Ministério da Cultura à presidenta Dilma Rousseff. Que a presidenta não recebe ministro dizem as oposições, sempre maldosas, que ela não conhece todos os 39 é notícia velha. Mas nem para a despedida?
Dá para imaginar a presidenta, nervosa diante do pedido de audiência de sua ministra da Cultura: Lá vem a Marta de novo com essa mania de pedir demissão!.
Agora a imprensa informa que Lula está articulando a saída de Marta do PT. O comum é o esforço do líder do partido tentando evitar a saída do companheiro descontente. Articular a saída, nunca vi. Marta é tão importante que se tornou necessário articular o bota-fora.
O PT é, mesmo, um partido diferente.
Modéstia às favas
O PT anda empenhado em mudar o sentido da palavra petralha, uma expressão depreciativa para definir o petista. Assim, em página do Facebook do partido, um petralha é bondoso, justo, que enfrenta o preconceito de cabeça erguida, generoso, altruísta, politizado, determinado, militante, guerreiro, bravo, de esquerda, perseverante, otimista, humilde, virtuoso, opinativo, altivo, digno, confiante, crível. (Ufa!)
Por tudo o que temos visto e testemunhado, petralha está mais para irmãos Metralha.
A definição da página do Facebook do PT é, entretanto, reveladora, do quanto eles gostam de si mesmos, do quanto eles se admiram, dos valores que se atribuem. Pelo visto, os petistas, ou parte deles, bebem na inesgotável fonte de gabolice, da qual Lula é campeão e mestre. Menos, companheiros, menos!