CRIME
Suspeito de fraude cibernética é preso em Balneário Camboriú
Operação também cumpriu ordens de busca na cidade
Camila Diel [editores@diarinho.com.br]

Uma pessoa foi presa e três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Balneário Camboriú na manhã desta quinta-feira. A ação faz parte da Operação Credencial Fantasma, deflagrada pelo CyberGAECO e pelo Departamento de Investigação Criminal de São José, da Polícia Civil de Santa Catarina.
A investigação apura um grupo criminoso de atuação nacional, especializado em ataques cibernéticos contra instituições financeiras e órgãos públicos. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, o grupo teria invadido o sistema de pagamentos da prefeitura de São José, usando credenciais obtidas de forma fraudulenta.
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Com esses acessos, os criminosos criaram novos usuários e autorizações para liberar pagamentos indevidos. Foram identificadas 11 tentativas de ordens fraudulentas, que somavam R$ 2,5 milhões. Apenas uma foi concluída, causando prejuízo de R$ 85 mil aos cofres públicos de São José.
De acordo com a investigação, o golpe começou quando os bandidos conseguiram credenciais de servidores municipais por meio de ataques de phishing — técnica de engenharia social em que as vítimas são induzidas a fornecer dados sensíveis ou executar ações que abrem brechas de segurança.
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As diligências apontaram pelo menos quatro integrantes, responsáveis pelos acessos ilegítimos e pela destinação dos valores a contas de possíveis laranjas. Os crimes apurados incluem furto mediante fraude, invasão de dispositivo informático e lavagem de dinheiro. Parte do grupo já havia sido investigada na Operação CryptoScam, da Polícia Federal, em maio, que apurou ataques virtuais e o furto milionário de criptoativos.
Os mandados cumpridos em Balneário Camboriú foram expedidos pela Vara Regional de Garantias da Comarca de São José. Além das prisões e buscas, a justiça determinou a indisponibilidade de bens e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.
A operação recebeu o nome de Credencial Fantasma em referência ao método usado pelos criminosos. Eles manipulavam servidores municipais com subterfúgios para obter credenciais, o que comprometia a segurança dos sistemas de pagamento e permitia autorizações de transferências irregulares.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) é uma força-tarefa coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina e formada por Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar. Dentro dessa estrutura está o CyberGAECO, especializado em investigar e combater crimes virtuais.
O processo segue em sigilo.
Camila Diel
Camila Diel; jornalista no DIARINHO; formada pela Univali, com foco em jornalismo digital e produção de reportagens multimídia.