POLÊMICA
Câmara de Penha adia decisão sobre afastamento da vereadora Manu
Vereadora é acusada por servidores de assédio moral e conduta opressiva; ela nega as acusações
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]

Os vereadores de Penha adiaram para dia 25 de agosto a decisão sobre o afastamento definitivo da vereadora Emanoelly Rodrigues da Silva (PP) da Procuradoria da Mulher na câmara, a qual estava prevista para esta segunda-feira.
Segundo nota oficial do poder legislativo, o relatório final do procedimento investigativo sobre “Manu do Adote Penha”, nome utilizado pela parlamentar, não incidiu diretamente nas condutas irregulares supostamente praticadas pela vereadora, mas determinou uma “revisão e aprimoramento dos mecanismos de controle do canal interno de denúncias” da câmara.
Continua depois da publicidade
Segundo informou o presidente Luciano de Jesus (PP), que conduziu a 31ª sessão ordinária na segunda-feira, os trâmites foram regulares: houve a leitura do relatório, a discussão da proposta de afastamento definitivo (atualmente, Manu está afastada temporariamente da Procuradoria Especial da Mulher) e, por fim, a votação em plenário que deliberará ou não pelo afastamento.
Manu é acusada por servidores da câmara de assédio moral e conduta opressiva, o que gerou o procedimento investigativo conduzido pela mesa diretora após a divulgação de uma “carta aberta” assinada por servidoras contra a vereadora, no primeiro semestre.
Continua depois da publicidade
O relatório fruto da investigação, porém, indica que setores da câmara como Ouvidoria e a chamada “Comissão de compliance” (a que visa a criação do Código de Ética Parlamentar, já em andamento) precisam ser aperfeiçoados ou implantados, “visando à transparência, proteção de todos os envolvidos e à mitigação de potenciais abusos no exercício do mandato por outros vereadores”, segundo apontou a câmara.
Apesar de um tanto vago, como apurou o DIARINHO, além de propor o afastamento definitivo da vereadora da Procuradoria da Mulher — decisão que será submetida ao plenário —, o relatório solicita posterior publicação no Diário Oficial e no site oficial da Câmara de Vereadores de Penha.
O documento com todos os anexos também será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho, ao Ministério Público de Santa Catarina e ao Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.
Manu, em entrevistas anteriores, alegou inocência, mas confirma que exerceu forte pressão aos servidores do legislativo, buscando “maior eficiência na prestação de serviços”. Ela fez várias acusações no sentido de criticar condutas internas dos servidores.
No último dia 12 de agosto, alegou ser diagnosticada com o transtorno do espectro autista. "Sou a primeira parlamentar de Santa Catarina a assumir publicamente a condição de autista com diagnóstico tardio. Essa não é apenas uma notícia, é um ato de coragem”, considerou, na ocasião.
Juvan Neto
Juvan Neto; formado em Jornalismo pela Univali e graduando em Direito. Escreve sobre as cidades de Barra Velha, Penha e Balneário Piçarras.