CANHANDUBA
“Foi por Deus mesmo que não morreu ninguém”, conta dono de casa atingida por caminhão
Acidente foi na manhã desta terça e ainda detonou o telhado da garagem no fim do dia
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]







O aposentado por invalidez Jesus Fernandes Ribeiro, de 61 anos, é o dono da casa número 716 da rua João Thomaz Pinto, no bairro Canhanduba, em Itajaí, que foi atingida por um caminhão de entulho na manhã de terça-feira. Ao DIARINHO, Jesus contou que ele e a esposa não estavam em casa no momento do acidente e que “foi por Deus que ninguém morreu”.
A rua é bastante movimentada e, no horário do acidente, por volta das 7h, havia circulação intensa de crianças indo para a escola. “Horário escolar, das crianças irem para o ponto de ônibus, que é logo aqui do lado. E foi por Deus mesmo que não morreu ninguém, porque é um horário de supermovimento de pedestres nessa calçada”, contou Jesus.
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O morador relata que o casal estava indo para o restaurante da família, que fica perto da casa. Eles foram avisados por vizinhos que o caminhão tinha caído no quintal da casa.
As câmeras de segurança mostraram o caminhão vindo em alta velocidade, pendendo para o lado antes da curva da casa de Jesus e tombando, destruindo parte do muro e do quintal. O veículo ainda atingiu o muro da casa do vizinho, o técnico de laboratório Mário César dos Santos Júnior, de 39 anos.
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Vizinhos disseram que chegaram a gritar avisando ao motorista que o caminhão estava pendendo para o lado, mas ele não reduziu a velocidade. A Polícia Militar foi acionada e constatou que o condutor não estava embriagado no momento do acidente. Por volta das 18 horas, o caminhão foi rebocado do local, mas a operação acabou atingindo o telhado da casa de Jesus e causando ainda mais prejuízo.
Jesus informou que o motorista ficou de arcar com os danos, mas não cumpriu a promessa de fechar a frente da casa com tapumes, ao menos até o fim da tarde de terça. “Se não pagar o prejuízo, a gente vai ter que entrar com uma ação judicial para receber, porque foi imprudência; o caminhão já veio tombando desde longe, não foi aqui. Vários vizinhos deram sinal pra parar e ele não parou, continuou até tombar...”, reclama Jesus. O valor estimado do estrago é de R$ 70 mil.
Bate-boca
A equipe do DIARINHO esteve no local, mas o motorista e o filho dele, que estavam na rua, não quiseram falar com a reportagem. O filho chegou a discutir com Jesus por causa da demora para a retirada do caminhão e a colocação de tapumes para fechar a frente da casa. “Se não forem resolver, eu resolvo. Me deem o dinheiro que eu vou dar jeito nisso aí. O teu pai vem gritar comigo, falar que eu estou nervoso...”, disse o morador.
“Mas o senhor está nervoso...”, rebateu o filho do motorista. “Mas, amigo, se fosse a tua casa?!”, questionava Jesus. O rapaz respondeu que ele e o pai estavam tentando resolver a situação desde cedo: “eu estou o dia inteiro aqui! Estamos tentando resolver da melhor forma”.
Os riscos do movimento intenso de caminhões
Jesus contou que a família mora no endereço há 25 anos e que já presenciou vários acidentes na rua, mas nenhum tão grave. A via é caminho para o aterro sanitário e rota constante de caminhões pesados. “Passa muito caminhão aqui, uma média de mil caminhões por dia, fora os veículos de passeio”, conta.
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Há cerca de dois anos, os moradores chegaram a fazer um documento pedindo redutores de velocidade para a rua joão Thomaz Pinto e enviaram à prefeitura e à câmara de vereadores, mas até hoje não foram atendidos. “Precisamos de um redutor de velocidade, porque até para a gente sair da garagem hoje é um transtorno muito grande, é muito movimento, a distância é curta e ninguém respeita a velocidade da rua, que é de 40 km por hora. Eles vêm a 70, 80 km/h, então é muita velocidade e esse não vai ser o único acidente”, reforçou.