ATENTADO
PF conclui investigação sobre “Tiu França”, o homem-bomba catarinense
Apuração diz que autor de explosões agiu sozinho, motivado por extremismo político
João Batista [editores@diarinho.com.br]



A Polícia Federal (PF) concluiu as investigações sobre o atentado de 13 de novembro de 2024 na praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), perto do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito aponta que o autor das explosões, o catarinense Francisco Wanderley Luiz, de 56 anos, morador de Rio do Sul, agiu sozinho, sem financiamento de terceiros e que a motivação do crime foi o extremismo político.
Francisco, conhecido como “Tiu França”, morreu em frente ao STF após detonar uma das bombas que carregava junto ao corpo. Na investigação, a PF usou diversos meios de prova, entre análise das comunicações e dos dados bancários e fiscais do investigado, exames periciais nos locais das explosões, reconstituição cronológica das ações do autor e depoimentos de mais de 10 testemunhas.
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As conclusões da investigação foram encaminhadas ao STF. “A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a defesa da sociedade e com a preservação do Estado Democrático de Direito e de suas instituições, e segue vigilante e preparada para responder, com rigor técnico, imparcialidade e eficácia a quaisquer ameaças à ordem constitucional do país”, informou a PF, em nota.
Na ocasião, Tiu França explodiu seu carro perto da Câmara dos Deputados. Depois, ele seguiu pra praça dos Três Poderes, na frente do STF. Após ser barrado por seguranças em tentativa de invadir o prédio do tribunal, ele acionou uma bomba que carregava junto ao corpo e morreu no local.
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As investigações apontaram que as ações foram planejadas pelo autor, que gastou mais de R$ 1,5 mil em fogos de artifício e alugou um imóvel em Ceilândia (DF) na preparação para o dia das explosões. Na casa alugada, a PF encontrou materiais explosivos durante o cumprimento de ordens de busca. Os policiais também bateram na casa dele, em Rio do Sul.
Ex-candidato a vereador pelo PL em 2020, Tiu França também fez postagens ameaçadoras nas redes sociais antes do atentado. A ex-mulher dele, Daiane Dias, de 41 anos, morreu em dezembro de 2024 na unidade de queimados do hospital de Lages. Ela pôs fogo na casa em que morava, que era um dos três imóveis do terreno de Tiu França, em Rio do Sul. Segundo a Polícia Civil, o incêndio teria sido provocado pela mulher com intenção de tirar a própria vida.