João Macagnan é sepultado em Itajaí após cerimônia na Câmara de Vereadores
Velório na Câmara reuniu familiares, amigos e políticos durante o dia
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Ex-prefeito de Itajaí faleceu no domingo por complicações de uma pneumonia
(fotos: João Batista)
O ex-prefeito de Itajaí e ex-deputado estadual, João Omar Macagnan, que faleceu aos 81 anos no domingo, foi sepultado na tarde de segunda-feira, às 17h, no Cemitério Municipal da Fazenda. O velório ocorreu durante o dia, na Câmara Municipal de Itajaí. O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), decretou luto oficial de três dias.
Macagnan faleceu por complicações de uma pneumonia. Ele deixa três filhos, Omar ‘in memoriam’, Juliana e João Felipe, e duas netas, Helena e Catarina. “Neste momento de dor, o município ...
Macagnan faleceu por complicações de uma pneumonia. Ele deixa três filhos, Omar ‘in memoriam’, Juliana e João Felipe, e duas netas, Helena e Catarina. “Neste momento de dor, o município de Itajaí manifesta seu profundo pesar e solidariedade à família e amigos de João Omar Macagnan e agradece pelas contribuições dadas à cidade”, diz nota oficial da prefeitura.
Macagnan era natural de Água Doce, no meio-oeste catarinense, onde foi vereador. Depois, ele veio para Itajaí, onde se formou e fez carreira política, sendo vice-prefeito e prefeito. Também se elegeu deputado estadual e comandou secretarias municipais e estadual até deixar a vida pública. A morte de Macagnan repercutiu no meio político e motivou mensagens e homenagens de diversas lideranças.
O deputado federal Carlos Chiodini (MDB) destacou que Macagnan teve uma carreira política notável. Ele lembrou a época que o companheiro de partido cumpriu mandato de deputado estadual na Alesc, entre 1987 e 1991, pelo então PMDB. “Macagnan faz parte da história política de Santa Catarina. Batalhou muito pelo desenvolvimento de Itajaí, foi um grande líder e deixa o exemplo de luta e compromisso com a comunidade”, disse.
O prefeito eleito de Itajaí, Robison Coelho (PL), que passou pela Câmara durante o dia, também lamentou a perda. “Itajaí perde um líder que dedicou grande parte de sua vida ao bem-estar e ao desenvolvimento da nossa cidade e região. Sua trajetória pública, marcada pelo compromisso com a comunidade, deixa um legado que será sempre lembrado com respeito e gratidão”, ressaltou.
Em nota de pesar, o MDB de Santa Catarina se solidarizou com os familiares e destacou a trajetória do político. “Foi fundador do MDB em Água Doce, onde em 1966 elegeu-se vereador. Já em Itajaí, foi deputado constituinte, deputado estadual, vice-prefeito e prefeito, além de secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente”.
O diretório municipal do MDB também se manifestou. “Nosso querido amigo marcou a história política de Itajaí com grandes realizações que contribuíram para a cidade que temos hoje. Como deputado estadual, prefeito municipal e outras atividades relevantes, João Macagnan sempre será lembrado como uma pessoa carismática e dedicada ao trabalho comunitário. Nossos mais sinceros agradecimentos pelo seu legado de fé e família”, divulgou a nota.
Inventou a Contorno Sul
Uma das marcas da gestão dele como prefeito foi a construção da avenida Abrahão João Francisco, a Contorno Sul, um dos principais acessos da cidade, criado na estrada que usou o traçado da antiga ferrovia. A avenida foi nomeada oficialmente em 1989.
Macagnan teve Itajaí como “terra do coração”, onde consolidou vida pública
Macagnan foi um dos fundadores do MDB municipal, e teve uma trajetória política com repercussão regional, estadual e nacional. Foi em Itajaí, sua “terra de coração”, que ele formou família e consolidou sua vida pública. Na cidade, o advogado formado na então Fepevi, que deu origem à Univali, começou no serviço público como secretário de Administração e Negócios Jurídicos e na chefia de gabinete da prefeitura no início dos anos 1980.
Em 1985, se tornou presidente do então PMDB peixeiro. Em 1986, foi eleito deputado estadual e, como parlamentar, participou da elaboração da Carta Magna Estadual. Em 1988, Macagnan foi eleito prefeito de Itajaí, com apoio do prefeito Arnaldo Schmitt Júnior.
O jornalista Murilo José lembra que, na época, Arnaldo criou um slogan no final de sua gestão com uma “mensagem subliminar” para eleger Macagnan: “Aqui já é o amanhã”, dizia o mote. Macagnan comandou a prefeitura de 1989 a 1992 e foi sucedido por Arnaldo Schmitt, que teve o segundo mandato entre 1993 e 1996. Nesse período, em 1994, Macagnan deixou o PMDB e entrou no PFL, por um desentendimento com Arnaldo.
“O João Macagnan não tinha como ir pra reeleição – que não tinha na época – e o Arnaldo voltou como prefeito, e ali houve um desentendimento entre ele e o Arnaldo. Aí ele saiu do PMDB, foi pro PFL e veio como candidato a vice do Jandir em 1996, porque o Jandir já tinha sido candidato em 1992 e não tinha levado a eleição, e daí fizeram a dobradinha Jandir + Macagnan”, conta Murilo.
No novo partido, foi eleito vice-prefeito em 1997, na chapa com Jandir Bellini, então do PPB (atual Progressistas). Na época, o apoio foi com o compromisso de disputar a prefeitura novamente no ano 2000. No entanto, com a criação da reeleição no período, o plano foi frustrado e Jandir engatou o segundo mandato entre 2000 e 2004.
Comando do porto
Macagnan chegou a chefiar o porto entre 1997 e 1998, quando deixou o cargo pra disputar as eleições estaduais, se elegendo deputado estadual. Ele acabou assumindo como secretário estadual do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, entre 1998 e 2002, período em que presidiu o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e integrou o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Nas eleições de 2004, Macagnan, no PFL, voltou a disputar a prefeitura de Itajaí, mas teria sido “fritado” pela própria direita devido ao passado no MDB. No pleito, Volnei Morastoni, então do PT, se elegeu e ficou por dois mandatos no comando da prefeitura, até 2008. Entre os últimos cargos públicos, Macagnan foi diretor do Badesc entre 2007 e 2010. Depois, não voltou mais à política.
Em 2019, o ex-prefeito foi homenageado na Alesc como deputado constituinte e, na Câmara de Itajaí, ganhou reconhecimento oficial pelos serviços prestados à cidade.
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