Cerca de 400 funcionárias da empresa Miserv, do grupo Minister, que prestavam serviços de limpeza nas escolas municipais de Itajaí, estão em clima de incerteza desde o dia 16 de outubro. A prefeitura não renovou o contrato com a Minister, seguindo a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e contratou uma nova prestadora de serviço.
Na última segunda-feira, a empresa Minister convocou as funcionárias. Trabalhadoras ouvidas pelo DIARINHO relatam que a empresa está pressionando para que elas aceitem a realocação em ...
Na última segunda-feira, a empresa Minister convocou as funcionárias. Trabalhadoras ouvidas pelo DIARINHO relatam que a empresa está pressionando para que elas aceitem a realocação em outras cidades, como Balneário Camboriú. Quem concorda assina um “aviso de troca de posto de trabalho”, especificando a nova unidade escolar e horário. “Mas para continuar, tenho que sair de casa de madrugada, deixar filho, pegar várias conduções e não saber a hora certa de voltar”, disse uma funcionária.
Quem recusa a transferência, segundo as trabalhadoras, corre o risco de receber faltas. “Todos foram considerados, a escola, o prefeito, os pais, a Minister e a nova empresa, mas não o lado das mulheres que, de uma hora para outra, ficaram sem emprego e agora precisam sair da cidade para poder trabalhar”, criticou outra funcionária.
Sinvac acompanha
O advogado Max Guilherme Dauer, do Sindicato dos Vigilantes e Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância, Prestadoras de Serviços, Asseio e Conservação (Sinvac), informou que a Miserv procurou o sindicato, declarando que manteria os salários e benefícios das funcionárias. “O empregador manifestou interesse em conceder férias, incluindo coletivas, e solicitou orientações para preservação dos empregos, ainda que houvesse a necessidade de mudar os postos de trabalho”, explicou Max.
Sobre a realocação em outras cidades, o advogado destacou que qualquer alteração exige a concordância da funcionária e não pode prejudicá-la. “O empregador deve garantir o transporte até o novo local de trabalho. Além disso, a norma coletiva proíbe designar a funcionária, antes lotada em posto fixo, para cobrir faltas e folgas como ‘volante’”, alertou Max. O Sinvac diz que vai acompanhar o caso e, caso necessário, poderá entrar com ações individuais no caso das funcionárias contrárias a mudança de enedereço.
Vão trabalhar na região
A Minister confirmou que os 400 funcionários implicados com o fim do contrato em Itajaí estão sendo realocados para outros postos de trabalho. “A Minister é uma empresa privada e está realocando os funcionários para outros postos de trabalho conforme estratégia comercial e operacional, sempre com o objetivo de manter os empregos. Não houve demissões, apenas a realocação dentro da região, em cidades como Itajaí, Navegantes, Ilhota, sempre respeitando o ponto de maior proximidade”, destacou a empresa.