Há 12 anos, o smartphone ainda era novidade, daí as eleições municipais ainda seguirem o modelo analógico pós-ditadura: situação e oposição se alternando no poder e campanhas baseadas no corpo a corpo, panfletagem e tempo de televisão e rádio.
Na barca de 17/10/2012 estavam Rubens Spernau (PSDB) e Pavan (PDT) que perderam pro Piriquito (PMDB), Fabrício Oliveira (PSDB) e José Roberto Spósito (PFL). O Nikolas Reis (PT) inaugurou o espaço kids. No píer estavam Deodato Casas (PSDB), os vereadores Marcelo Werner (PPS), Zé da Codetran (PDT), Maurílio Moraes (PP), Renato Ribas (PSDB), Pisseti (DEM), a novata Anna Carolina (PSDB) e o prefeito de Itapema, Bolinha (PSDB).
As caminhadas de junho de 2013, em Sampa, para reclamar do aumento no transporte público, se espalharam pelo país, demonstrando pela primeira vez a força das redes sociais, já que as manifestações eram convocadas no Facebook. Também teve o berreiro “Não vai ter Copa” denunciando a gastança para construir os estádios da Copa de Mundo no Brasil.
Na eleição estadual de 2014, a barca do fim do mundo contava com os aspirantes a deputado Cláudio Dalvesco (PR), Gregolim, Clayton Batschauer (PR), Fábio Flor (PTB), Osvaldo Mafra (PDT) e Gern (PP), Dão Koedermann (PMDB), Fabrício Oliveira (PSB), Paulinho Bornhausen (PSB), Nikolas Reis, que estreava no PDT, Morastoni pai e Morastoni filho (PT).
Eleição presidencial em 2018
Nada seria como antes depois das eleições de 2018. Inspirado pelo modelo de campanha que elegeu Donald Trump nos Estados Unidos, as redes sociais foram inundadas de memes ridicularizando opositores e elevando o candidato Bolsonaro ao posto de “mito” e “Messias”. Montagem de mamadeiras com bico de pênis e a ladainha anticomunista, herdeira do golpe de 64, espalharam o pânico moral e caíram como uma luva no zap da família. E mesmo com poucos segundos de campanha na TV, o até então deputado de baixo clero, Jair Bolsonaro, se elege presidente.
A criação de bolhas sociais e o disparo de fake news em massa foi invenção da Cambridge Analytics, empresa de marketing político responsável pela saída da Inglaterra da União Europeia. Através do Facebook, a empresa colheu dados e dividiu o mundo entre liberais e conservadores. A partir daí, passou a enviar posts em massa para radicalizar o eleitorado. Propostas de governo sumiram do debate público para dar lugar aos ‘lacradores’, elegendo parlamentares-blogueiros com discurso pró-armas e antidireitos humanos.
Nikolas Reis, que figurou na barca quatro vezes, disse que deu um tempo da política justamente em 2018, quando nasceu o filho e passou a se dedicar à advocacia e à pousada que abriu em Urubici. “Toda ação política está baseada nos trendtopics das redes sociais e no sentimento antiestablishment. Não há espaço para a inteligência num sentido amplo, por isso fui cuidar de minha família. Agora estou filiado ao PSD, mas sem pretensão de ser candidato”, revelou à reportagem.
Naquele ano, a barca veio com os derrotados da eleição presidencial, governo do estado, Senado e Câmara: Cabo Dalciolo (Avante), Gelson Merísio (PSD), Nikolas Reis (PSB), Piriquito (MDB), Osvaldo Mafra (Solidariedade), Ana Paula Lima (PT), Júnior Pavan (PSDB), Thiago Morastoni (MDB), Mauro Mariani (MDB), Haddad (PT), Leonel Pavan (PSDB), Napoleão Bernardes (PSD), Carlos Humberto (PL), Anna Carolina (PSDB) e Décio Lima (PT).
No píer estavam Cel Mocelin (PSL), Bolsonaro (PSL), Ana Caroline (PSL), Ângela, João e Esperidião Amin (PP), Moisés (PSL), o bombeiro que virou governador, Paulinha (PDT), Emílio Dalçóquio (PSL) e Luciano Hang, o então caçador de comunistas. No bote, Guilherme Boulos (Psol) lidera o movimento dos sem barca, e no avião, Ciro Gomes (PDT) fugia para Paris.
Impeachment de Dilma
A operação Lava Jato estava só começando, mas a crise na Petrobras já fazia estragos com o fechamento de estaleiros e retração do emprego, fazendo a economia brasileira ruir. A cruzada anticorrupção de Sergio Moro conquistou o povão e animou a oposição, culminando no impeachment de Dilma Roussef e na prisão de Lula, acusado de corrupção passiva.
O clima anti-PT fez eco pelo Brasil, enchendo a bola de quem destronou a Dilma e empossou o Temer, como Fabrício Oliveira (PSB), que estava em Brasília como suplente de deputado federal e ficou conhecido como papagaio de pirata do impeachment. Melhor pra ele: a superexposição na TV o catapultou para se eleger prefeito de Balneário. Com o PT em baixa, Volnei Morastoni foi de muda para o MDB e reconquistou a prefeitura de Itajaí no pleito de 2016.
A barca daquele ano tava superlotada (39 personagens): João Martins e a filha Anna Carolina (PSDB), que não conseguiu se reeleger, assim como os secretários de Jandir, Tarcísio Zanelatto, Dalva e Pisseti. Também se lascaram Arthur de Jesus, Eliane Rebelo (MDB), Lamim (MDB), Fábio Flor, Cristina Barrichelo (PTB), Evandro (PSDB) na Penha, Bolinha (PSDB) de Itapema, Humberto Teixeira (PP), Piriquito (MDB), Pavan (PSDB) e a prefeita de Camboriú, Luzia Coppi (PSDB).
No píer estavam Marcelo Sodré (PDT), vice de Volnei, Carlos Humberto, vice de Fabrício, Roberto Carlos (PSDB), reeleito em Navega, os novatos Aquiles da Costa (MDB) na Penha e Nilza Simas (PSD) em Itapema. Deu Paulinha (PDT) em Bombinhas. Emerson Stein (MDB) em Porto Belo, Leonel Martins (PSDB) nas Piçarras e Dida Oliveira (MDB) em Ilhota.