anos 2000
Transição tecnológica e a estreia de novos personagens na barca
A virada do milênio teve a consolidação da versão digital do DIARINHO e da urna eletrônica
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

A expectativa para o século 21 era enorme no final dos anos 90. Várias cidades pelo mundo fizeram contagem regressiva em pontos turísticos, como em frente à torre Eiffel, em Paris, por anos. Também havia o temor do bug do milênio, uma falha nos sistemas operacionais que não saberiam distinguir a mudança de calendário e poderia provocar o caos nos bancos e bolsas. Sem falar nas profecias que davam conta que o ano 2000 jamais chegaria. Não só chegou, como não teve bug, mas algo maior iria mudar a nossa história: a digitalização da vida.
Modernização que revolucionou o sistema eleitoral também. Pouca gente se lembra que Brusque foi pioneira em informatizar as eleições graças ao desembargador aposentado do Tribunal de Justiça, Carlos Prudêncio, inconformado com as fraudes com a cédula de papel. Ele já tinha feito um teste em 1989 e o resultado foi tão prático, rápido e eficiente que em 1996 o TSE adotou o sistema nas capitais, método que se tornou nacional no simbólico ano 2000.
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Em Itajaí, o jornal mais lido do sul do mundo, agora com a capa colorida, adotou oficialmente o nome DIARINHO. A internet dava os primeiros passos, mas a transformação era visível na redação, com a troca das máquinas de escrever e primeiros computadores por versões mais modernas, a adoção de softwares de edição e de câmeras fotográficas digitais, era adeus tecnologia analógica!
As duas primeiras barcas tinham a arte do Nicanor, um argentino bom de traço e de onda. Nessa época, a página dupla passou a ter legendas para os tripulantes, sempre com aquela ironia ferina. Na edição de 7 e 8 de outubro, o “Titanic peixeiro” saiu do píer de atracação porque Itajaí tinha entrado na rota dos transatlânticos e a barca podia esbarrar na draga do porto.
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Estavam na Barca o Volnei Morastoni (PT), o Nelinho, o Elói (PMDB), o Calinho Mecânico (PP), o Flávio Furtado, o Mauro Machado (PFL) e o Vilmar Mafezzolli que “tinha distribuído dentadura pra meio São João”. No alto, sem se misturar, Arnaldo Schmitt e Marcia Graff.
E no cais, os vencedores daquele pleito: Décio Lima (PT), peixeiro que tinha sido reeleito prefeito de Blumenau, Leonel Pavan (PDT), reeleito prefeito em Balneário, e o ex-prefeito João Macagnan (PMDB), agora deputado estadual e secretário do governo Amin. “No porão ia a bagralhada: os pepebistas de Blumenau, os porraloucas do PT, mais as viúvas do Schimitt”.
Relíquias da internet discada
“No ano 2000, a impressão do jornal era em Curitiba; nessa época, tinha que levar de carro num zip drive porque os arquivos eram muito grandes e a internet era discada”, relembra Felipe Trojan, menino que manja da informática do DIARINHO. “Só começamos a mandar pela internet, num arquivo PDF, em 2002. Tenho esses discos até hoje”, garante.
Em 12 e 14 de outubro de 2002, a charge na capa avisava que a barca tinha zarpado e tirava um sarro de Paulinho Bornhausen (PFL), que vivia tentando votos em Itajaí, mas não convencia a torcida do Marcílio, pois é torcedor do Figueirense. Agora, a página dupla era colorida e, além dos náufragos, a charge mostrava que Itajaí já tinha três antenas de TV aberta, que evolução!
Estavam na barca os irmãos do Macagnan (PMDB), Serafim Venzom, Konder Reis (PP), Milinha, Maneca do PT, o Rudis Cabral e o Paulinho ‘Filhinho’ Bornhausen. Na ‘draga de ouro’ estavam a Angela Amin (PP) e o Amílcar Gazaniga. E no píer, como era tradição, o véio Damo fazendo xixi. Quem se deu bem foi o Jandir Bellini (PP), reeleito prefeito de Itajaí. No plano federal, FHC passou a faixa para Lula (PT), que chegou lá depois de quatro tentativas.
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