As praias do sul de Santa Catarina, conhecidas pela presença das baleias-francas, agora se tornaram berçário de elefantes marinhos. Na sexta-feira, em registro inédito no Brasil, uma fêmea de elefante-marinho foi vista acompanhada de um filhote recém-nascido pela equipe do Instituto Australis, na praia do Siriú, em Garopaba.
O nascimento de filhote de elefante marinho nunca havia sido registrado no Brasil. No dia anterior, a fêmea já tinha sido avistada numa praia próxima, sozinha. Pelas características do filhote, os pesquisadores acreditam que o nascimento tenha ocorrido à noite. A mamãe e filhote agora precisam ficar sossegados pra amamentação. A área foi isolada pra evitar a presença de pessoas.
A orientação do instituto é que as pessoas não visitem o local e nem se aproximem em grupo, respeitando os limites do isolamento. Isso porque o estresse da mãe elefanta com a presença humana pode comprometer a vida do filhote. O acompanhamento da situação é feito pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS), com apoio de veterinários da Udesc.
“A fêmea pode permanecer por 20 dias ou mais no mesmo local, amamentando este filhote. Sendo assim, é fundamental que tenha tranquilidade e segurança para cuidar do recém-nascido neste período. Por isso, pedimos compreensão e apoio da comunidade para não se aproximar, buscando manter uma distância de pelo menos 50 metros e não deixar animais domésticos chegarem ao local”, informa.
Segundo o Instituto Australis, o elefante-marinho-do-sul se distribui principalmente nas águas geladas do polo sul. Os nascimentos ocorrem naquela região e na costa da Argentina. “Não é comum o aparecimento desta espécie no Brasil, normalmente são animais que dispersam fora da rota de migração e acabam parando por aqui por engano”, ressalta.
As fêmeas da espécie chegam à maturidade sexual em torno dos quatro anos de idade e podem chegar a três metros de comprimento. Os filhotes nascem com média de 45 quilos, e vão engordando rapidamente com a amamentação, em função do leite rico em gordura.
Normalmente, a mãe amamenta o filhote por cerca de 20 dias, período durante o qual ela fica exclusivamente com o filhote e não se alimenta. Isso faz com que ela perca bastante peso. Após este período, a mãe desmama abruptamente o filhote e segue para mar. Já o filhote ainda fica em terra em torno de dois meses, em jejum, antes de iniciar sua primeira migração para buscar alimento.
De acordo com a Associação R3 Animal, responsável pelo trecho 3 do PMP-BS, o resgate ou remoção deste tipo de animal do local não é viável em função do tamanho da fêmea e da presença do filhote, o que tornaria uma operação de remoção arriscada tanto para os animais quanto para a equipe de resgate.
Capivara aparece morta na praia de Morrinhos
Uma capivara apareceu morta na praia de Morrinhos, em Bombinhas, na manhã deste domingo. O animal foi visto na zona de arrebentação, já sendo alvo de urubus. O Projeto de Monitoramento de Praias da Univali informou que, como não se trata de animal marinho, neste caso o atendimento é pela Fundação de Amparo ao Meio Ambiente de Bombinhas (Famab).
O órgão municipal ainda não respondeu se foi acionado para a ocorrência. Nos últimos dias, outros animais apareceram mortos em praias da região. Na quinta-feira, a equipe da Univali de Penha acompanhou o encalhe de uma baleia jubarte em Balneário Piçarras. Foram coletados dados biométricos para exames e avaliações da carcaça.