Em época de alerta contra a dengue, uma moradora da Praia Brava, em Itajaí, reclama da falta de ações da prefeitura contra o depósito de entulhos no final da rua Margarida Bernardina Nicolau. A vizinha relata que o local virou um lixão, com restos de construção e móveis velhos, e um criadouro de dengue.

Segundo a denunciante, nunca houve mutirão de limpeza e nem ao menos o serviço de Cata-Treco passa no endereço pra recolhimento dos materiais. Com a sujeirada no terreno, a moradora conta que os mosquitos se proliferam na vizinhança. Ela mostrou a situação dos filhos, com diversas picadas de insetos.

“Ano passado meu filho ficou mal, levei para a unidade de saúde e ele tava intoxicado por veneno, porque não damos conta dos bichos e mosquitos. À noite, é terrível”, relata. A moradora ainda disse que não foi bem atendida quando levou o caso do terreno pra prefeitura.

“Ligamos pra prefeitura e quando falamos o assunto dizem pra gente ligar pro SAC e fazer uma reclamação. Mas estiveram aqui há duas semanas pra avaliar o IPTU, já que é uma casa próxima da via nova”, disse.

O secretário de Obras, Márcio “Dedé” Gonçalves, prometeu mandar uma equipe nesta semana no endereço e fazer a limpeza. O trabalho deve ocorrer independentemente de mutirões a serem organizados pela cidade.

Mutirões

A prefeitura de Itajaí programa novos mutirões de limpeza nas áreas com mais casos de dengue na cidade. A medida faz parte de um reforço nas ações de prevenção e combate à doença e ao mosquito da dengue, definidas na semana passada.

Em conjunto com a secretaria de Obras, serão feitas limpezas em imóveis abandonados ou terrenos baldios com risco à saúde. A secretaria de Saúde ainda deve definir os locais, mas o trabalho pretende começar pela parte baixa de Cordeiros, que é o bairro com o maior número de casos de dengue.

O reforço no combate à doença terá também aplicação de inseticida em áreas de risco, distribuição de repelentes para pessoas carentes notificadas para dengue, uso de drones para identificar focos do mosquito e recolhimento de veículos e sucatas abandonados em ruas.

Outras ações a serem feitas são visitas em imóveis públicos e particulares, com auxílio dos agentes de endemias e comunitários de saúde, para eliminação de criadouros, bem como uma grande campanha educativa e de mobilização para combate à doença. 

Os agentes de endemias seguem com as orientações à população de casa em casa em diversos bairros. Em caso de necessidade, o município ainda pode entrar à força em imóvel que apresente risco para dengue. Pelo último boletim, Itajaí soma 284 casos de dengue em 2024. Os bairros com mais registros são Cordeiros (171), Barra do Rio (47), São Vicente (20) e Cidade Nova (13).