Dezenas de trabalhadores do comércio de Itajaí encararam uma fila gigantesca em frente ao Sindicato dos Empregados no Comércio de Itajaí para entregar a isenção da cobrança da taxa do sindicato. Tanto na quinta como na sexta-feira as filas iniciavam na rua Samuel Heusi e se estendiam pela Cônego Tomaz Fontes, no centro.
Segundo uma das denunciantes, o sindicato obriga os funcionários a se ausentar do trabalho para entregar a declaração das 13h às 18h. “Olha o tamanho da fila. Isso é uma falta de respeito ...
Segundo uma das denunciantes, o sindicato obriga os funcionários a se ausentar do trabalho para entregar a declaração das 13h às 18h. “Olha o tamanho da fila. Isso é uma falta de respeito com o trabalhador...”, alega a denunciante.
A mulher explicou que a entrega do documento solicitando a isenção da taxa do sindicato encerrava na sexta, por isso havia enormes filas. “Antes os funcionários podiam preencher o documento e somente uma pessoa ia entregar no sindicato, representando todos. Agora eles estão obrigando a vir trazer pessoalmente o documento, o que está gerando essa enormidade de fila”, explica. O valor da taxa é de 3% do salário, mas limitado ao teto de R$ 80.
Segundo Paulo Ladwig, presidente do sindicato, o pedido de isenção, ou o que ele chama de “oposição à cobrança”, estava previsto na convenção coletiva dos trabalhadores desde julho. “Essa taxa existe para a convenção coletiva. Eles têm o direito de fazer a oposição e é o que estão fazendo. O problema é que nós já estamos há mais de 10 dias recebendo o documento, mas eles deixaram para os dois últimos dias para entregar”, diz.
Paulinho explica que a entrega precisa ser pessoal, porque o trabalhador deve estar ciente de que está abrindo mão dos serviços do sindicato. “Porque depois eles vão lá no sindicato para pegar um documento, para tirar um cálculo, para buscar informação, e eles alegam que não foram eles que mandaram a carta de isenção”, comenta.
“O sindicato pede a entrega pessoalmente, porque assim o trabalhador não tem como dizer que não foi ele que levou o pedido de isenção...”, completa. Quem não contribui com a taxa do sindicato precisa pagar individualmente o valor do serviço de “cálculo de rescisão” ou “procura documentos”, por exemplo. Já quem contribui com a taxa tem os serviços prestados gratuitamente.
Paulinho ainda lembra que desde 2017, quando houve o fim do imposto sindical, houve uma redução na estrutura do sindicato e quatro pessoas atendem ao público. “O problema é que a pessoa deixa tudo para a última hora...”, argumenta. Quem não entregou a isenção até a sexta terá o desconto em folha.