A Secretaria de Educação de Balneário Camboriú rompeu o contrato na terça-feira com uma escolinha particular da rua 901, no centro, após denúncias de oferta de alimentos estragados e maus-tratos às crianças. Os 51 alunos da rede municipal de ensino, matriculados na escola através de convênio da compra de vagas, foram realocados para outra escola particular.
O DIARINHO recebeu de um grupo de pais e mães imagens mostrando a falta de higiene e os alimentos vencidos. “A minha criança tem sofrido muito com essa situação. Ela apresentou várias ...
O DIARINHO recebeu de um grupo de pais e mães imagens mostrando a falta de higiene e os alimentos vencidos. “A minha criança tem sofrido muito com essa situação. Ela apresentou várias mudanças de comportamento, como medo, retração, comportamento agressivo, chora sem motivo aparente, se irrita por qualquer coisa, não dorme direito. Na escola nunca comia e chegava em casa com fome e sede...”, relatou a mãe ao DIARINHO.
Ao ter acesso aos vídeos mostrando as condições em que era feita a comida, a mãe passou a entender a falta de apetite da filha. Em um dos vídeos, a comida aparece sendo feita com água escura, o Nescau oferecido aos pequenos “era uma água suja”, insetos aparecem sendo retirados de peneira dentro de uma espécie de sopa e há imagens de carne vencida sendo preparada para os pequenos.
Outra mãe conta que algumas professoras tratavam as crianças de forma agressiva, gritando: “cala a boca, você vai ficar de castigo”, “não quero ouvir mais um pio” e “se você chorar a sua mãe não vem te buscar”.
O secretário Marcelo Achutti também recebeu vídeos e denúncias de pais.
“Na semana passada tive conhecimento do caso, recebendo uma série de denúncias desde alimentação vencida a agressões que estariam ocorrendo. De imediato, a comissão que fiscaliza as unidades privadas esteve na escola, mas não identificou os problemas na sexta-feira”, explica.
Pressão dos pais
Na segunda-feira cerca de 30 pais procuraram a Secretaria de Educação para relatar novamente o ocorrido e cobrar providências. “Por orientação do prefeito Fabrício Oliveira, de imediato cancelei o contrato mantido com a escola”, explicou o secretário à reportagem.
O encerramento do contrato foi na terça-feira, com os 51 alunos sendo realocados para o Colégio Anglo. A creche denunciada mantinha contrato com a prefeitura desde o ano de 2018, recebendo R$ 1360 por criança que estava no regime integral.
O Ministério Público também recebeu as denúncias de pais de alunos e notificou a Secretaria de Educação e o Conselho Municipal de Educação para saber quais medidas estão sendo tomadas. Um relatório está sendo elaborado para o MP. A Vigilância Sanitária também foi acionada para acompanhar a denúncia e fiscalizar a escolinha.
O secretário de Educação ainda afirma que pais que pagam para manter os filhos na creche, sem o convênio com a prefeitura, também procuraram a secretaria em busca de esclarecimentos. “Estamos prestando informações e esclarecimentos do que apuramos”, informou Marcelo.