Penha
Morre Rolf Steffens, comerciante que participou com Beto Carrero da abertura do parque
Seu Rolf tinha 86 anos e foi quem produziu espadas cenográficas usadas nos primeiros shows
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
Faleceu em Penha nesta quinta-feira Rolf Steffens, de 86 anos, um dos primeiros comerciantes de Penha a ter a vida impactada pela chegada do Parque Beto Carrero World, no final dos anos 80. Isso porque ele foi o primeiro fundidor de aço a fabricar as espadas utilizadas no espetáculo Excalibur, atração original do parque e que é apresentada até hoje.
Rolf já vinha apresentando problemas de saúde nos últimos anos. Ele foi velado na capela mortuária do cemitério do centro de Penha, e sepultado no início da tarde desta quarta-feira no cemitério da Praia Grande. Ele deixou esposa, filhos, netos e bisnetos.
Segundo o ator, comerciante e vereador Everaldo Dal Posso, o Italiano, a amizade com Rolf persistiu por mais de 30 anos. “Ele produziu as primeiras espadas, em 1991, logo que o Beto idealizou o show medieval”, observou Italiano, que durante anos atuou no Excalibur vivendo o personagem do Rei Arthur.
Italiano lembra que Steffens chegou em Penha ainda na década de 60. Nascido em 1937, viveu na cidade por mais de seis décadas, e nos últimos dias “lutou bravamente contra os desafios de saúde que acompanham a idade avançada”, relatou o ator.
A fundição de Rolf ficava nas proximidades da Assembleia de Deus da avenida Eugênio Krause, no centro, e marcou época em Penha. E Steffens era, junto de outro fundidor, o seu Martins, os únicos chamados por Beto para atuar dentro do complexo do parque ainda em construção. Martins era torneiro mecânico e Italiano atuou como servente de pedreiro nessa época.
A antiga fundição ainda está em atividade, pois foi assumida nos últimos anos pelo filho Jairo, que continua o ofício do pai, trabalhando com pequenas peças e também dando manutenções a equipamentos de ferro, como betoneiras, por exemplo.
“Lembro dos três ou quatro primeiros modelos de espada que ele fez para os atores do show”, frisou o vereador ao DIARINHO. “Usamos durante muito tempo. Ele forjava o cabo, e a lâmina era uma mola de Kombi ou de Fusca, que contraía nos combates”, revela Dal Posso.
A amizade com Beto já vinha dos anos 80, e desta aproximação surgiu ainda o contato com o artista Farfan, diretor do show Excalibur, e também com Antônio José Santo Oleri, que foi quem encomendou as espadas. A história dos últimos 30 anos de Rolf, portanto, confundiu-se com a história do parque.
Segundo os familiares, ele dedicou-se à sua fundição, e esmerou-se na arte do trabalho com o aço. “Sua partida deixa grande lacuna, mas sua memória seguirá a inspirar aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo e apreciar seu trabalho”, observou Italiano.