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Um retrato sombrio dos Estados Unidos


Semana passada, o presidente da China, Xi-liping, herdeiro de um império de quatro mil anos, disse a representantes de países asiáticos que o “confronto de civilizações” proposto pelo Presidente Trump é mais do mesmo—continuação do paradigma histórico em que a prosperidade de uma nação excita a ganância de outra que a ela se sobrepõe a ferro, fogo e sangue. Será que tem que ser assim, mesmo agora, com a vitória custando o mesmo que a derrota? Se depender dos norte-americanos, será. Eles se preparam há décadas para o apocalipse e fantasiam um futuro de rambos musculosos, carros depenados e armas que fazem “pow” e “rat-rat-rat” ecoando em campos desertos e cidades em ruínas. Levantamento enciclopédico relaciona a atuação dos Estados Unidos em 127 conflitos nos seus 230 anos de História (http://twixar.me/XPhn). São, na maioria, guerras de conquista contra nações indefesas e intervenções de castigo a países vassalos desobedientes, a maioria na América Latina. Se somarmos as “guerras frias”, conduzidas com pressão econômica, diplomática e atos de espionagem, constata-se que o povo americano - vítima primeira - jamais experimentou a paz. Isso moldou uma consciência fatalista e paranoica que se expressa em sua arte. Contraditoriamente, os Estados Unidos são o país que mais produz ciência, mas tem relativamente poucos cientistas nativos; com o acesso caro à universidade e uma cultura popular que valoriza a esperteza e excepcionaliza a inteligência, preferiu criar os laboratórios e importar os cérebros. É uma história nacional que se conta em três fases: Na primeira, da independência até o início do Século XX, a expansão para o Oeste das 13 colônias originárias foi feita à custa do genocídio de milhões de indígenas, em sucessivas operações militares e acordos de paz sempre descumpridos; colonizou-se o vasto território roubado deles, da decadente Espanha e da frágil república mexicana. Com uma indústria competitiva em implantação, a cultura fez notáveis avanços no domínio da Lógica, na Pragmática e no esforço de entendimento das relações sociais em sua complexa realidade, o que seria, depois, desvirtuado. Na segunda, a partir da decisão, em l917, de herdar do império inglês o domínio da economia e do comércio mundiais, o país tropeçou no craque de 1929, devido, em parte, à inexperiente ganância de seus banqueiros; a recuperação viria com a Segunda Guerra Mundial. Senhor do Ocidente - que, no caso, inclui o Japão -, foi-se tornando mais e mais cruel e astucioso. Quando do desmonte da União Soviética, seu poder global parecia imbatível. (c) Nas três décadas seguintes, sob gestão medíocre, a perda de referências e de limites conduz a crescente decadência. Do ponto de vista ideológico, os Estados Unidos guiam-se pela fé em um “destino manifesto” místico que, como o mercado na teoria econômica de Adam Smith, seria expressão da vontade de Deus. Não por acaso, são, hoje, o principal instrumento com que o capital conta para conduzir em seu benefício o rebanho dos homens; subordina a esse papel o ideal democrático tomado, na origem, dos ideais da Revolução Francesa. A certeza no tal “destino manifesto” e a crescente internacionalização e hegemonia dos bancos explicam porque os norte-americanos foram cedendo, nos últimos 70 anos, ganhos na economia real em troca de poder - nos anos 1950, ao abrir seu mercado à indústria mecânica europeia; e, principalmente, na década de 1970, ao dar, nele, espaço ao conhecido dinamismo oriental do Japão, da Coreia do Sul e da China, então muito pobre. Para manter e expandir seu império, os Estados Unidos, embora senhores e prisioneiros de um complexo industrial militar gigantesco, contam basicamente com o privilégio de emitir moeda sem risco cambial e o aparato de propaganda concebido antes e durante a Segunda Guerra Mundial -- máquina potente que opera falseando nomes e agregando aos fatos versões falaciosas. Controlam, ainda, um sistema de aparelhos gestores globais, que começa, como tudo mais, a ser desafiado.


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