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Privatização responsável para o aeroporto de Navegantes
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A anunciada privatização do aeroporto de Navegantes traz um novo desafio. Precisamos de força política para buscar um processo de privatização responsável. O momento requer união a fim de não deixar que Navegantes fique à mercê de um terminal tacanho e sem crescimento de capacidade pelas próximas décadas.
A primeira batalha foi vencida. A privatização nos livra da ineficiência da Infraero, que sugou por anos o lucro milionário da operação do aeroporto e enrolou ao máximo a sua ampliação. Quando decidiu por fazê-la, propôs uma reforma que representa uma tapa na cara dos quase dois milhões de passageiros/ano. Agora temos que barrar as tentativas de incorporar esse puxadinho à privatização. O aeroporto de Navegantes precisa de terminal inteiramente novo, que o elevará à categoria de classe mundial. Precisa concluir as desapropriações no entorno para a consolidação do terreno. Precisa de uma nova pista para receber aviões de longas rotas. Tudo isso já estava projetado e foi ignorado pela Infraero.
Agora é imperativo especificar estas demandas no edital de privatização. Estamos no Bloco Sul, junto com o aeroporto de Curitiba. Esta é a armadilha. Corremos os riscos de os paranaenses levarem vantagem novamente sobre Santa Catarina como ocorreu com os royalties do petróleo. Caso as nossas necessidades não estiverem claras no edital, o vencedor deve focar os investimentos no aeroporto mais movimentado — Curitiba. Se o puxadinho for adiante, a situação piora uma vez que a reforma já terá sido feita. Também vamos disputar atenção com aeroportos regionais do Paraná e do Rio Grande do Sul. Pelo lado do governo Federal, impor demandas representa menor arrecadação. O buraco orçamentário tende a falar mais alto.
As bancadas catarinenses no Senado, Câmara e na Assembleia devem se posicionar de forma definitiva em favor dos nossos aeroportos. Além de Navegantes, o aeroporto de Joinville será prejudicado se o edital nos diminuir frente aos demais. Aeroportos de primeira linha, como terá Florianópolis, são pedras fundamentais para o desenvolvimento futuro de Santa Catarina.
* Presidente do Conselho Consultivo do InovAMFRI