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A felicidade pode ser duradoura?
A pergunta que nos surge é a seguinte: será possível ser feliz diante de tantas negatividades? O mundo apresenta tantos problemas e a vida é tão difícil. Como posso ser feliz? Jesus nos ensina que a felicidade não passa ao lado e nem longe das experiências negativas. A felicidade precisa atravessar essas experiências. No monte das bem aventuranças, Jesus nos diz que são felizes os que choram, os que sofrem injustiças, os que são perseguidos os que sofrem perseguições. Jesus é consciente e sabe que felicidade também rima com sofrimento. Passar pelo vale do sofrimento é necessário para encontrar a felicidade. A vida não é feita só de sucessos, de vitórias, de momentos exultantes. A vida é feita de dias cinzentos, onde passamos felicidade para um mundo que apresenta muita insatisfação e muita gente angustiada.
Felicidade não é uma meta, mas uma consequência. É o resultado daquilo que fui fazendo e vou fazendo. Ela aparece como consequência do esforço que faço para fazer com que a vida encontre o seu rumo. É a colheita das ações plantadas ao longo do tempo. Felicidade não se improvisa. Ela se apresenta como o sabor, o fruto de uma vida bem vivida, de uma prática ética e da semeadura do bem. Não acontece dentro do mundo das facilidades, mas na atenção e no cuidado em buscar fazer sempre o melhor possível. Felicidade não se improvisa. É tocar as coisas simples da vida e sentir o sabor do contentamento na gratuidade.
Felizes não são pessoas que não têm sofrimentos, obstáculos, desafios ou problemas. Mas aquelas que encontram a alegria e fazem a vida fluir apesar do sofrimento. Pessoas felizes percebem o mundo como um lugar mais seguro. Tem mais serenidade para tomar decisões. Manifestam contentamento nas pequenas coisas, nos pequenos gestos e nas tarefas corriqueiras. Não exultam somente com o sensacional ou o extraordinário. Vivem a vida com mais leveza. Sentem a vida fluir em tudo o que acontece.
Padre Ezequiel Dal Pozzo
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