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Governo vê ‘vingança’ em derrotas na Justiça
"A partir de agora todos os vice-presidentes serão avaliados” Ministro Henrique Meirelles (Fazenda) sobre as vice-presidências da Caixa Econômica Governo vê ‘vingança’ em derrotas na Justiça O Planalto interpreta como “pequena vingança” de setores da Justiça a série de derrotas do presidente Michel Temer na tentativa de exercer a prerrogativa de nomear seus ministros. O governo acha que decisões de primeira e segunda instância, impedindo a posse de Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho, seriam respostas ao empenho de Temer de suprimir privilégios do serviço público, com a reforma da Previdência. Queixas frequentes Integrantes da Justiça Federal estão entre os que mais se queixam da perda de direitos, no caso de aprovação da reforma da Previdência. Privilégios mantidos Em dezembro, a associação de juízes chocou o país ao defender os supersalários (que chama de “extrateto”) e o bilionário auxílio-moradia. Assim é se lhe parece A Ajufe acha que se pretende reduzir os supersalários não por serem absurdos, mas por “retaliação ao combate à corrupção”. Acabou o foro? Assessores de Temer não entendem como juiz de primeira instância agora tem poder até para anular um ato do presidente da República. Maggi pode ser processado Produtores brasileiros avaliam ir à Justiça, apelando inclusive ao Ministério Público Federal (MPF), para exigir do ministro Blairo Maggi (Agricultura) ressarcimento do prejuízo milionário que provocou, ao anunciar a possível retirada da taxação de 20% sobre a importação de etanol podre (poluente) dos Estados Unidos. O anúncio do ministro, de inacreditável leviandade, derrubou a cotação do açúcar na bolsa de Nova York e o valor dos contratos, com graves prejuízos ao Brasil. Que vergonha Blairo Maggi tenta levantar o embargo americano à carne do Brasil oferecendo, em troca, o fim da taxação do etanol podre. Matando empregos Maggi ignora que a importação criminosa inviabiliza o etanol nacional. Somente no nordeste, o setor sucro-energético gera 640 mil empregos. A firma dele é rica O ressarcimento deveria ser cobrado do ministro e não do governo. Senão vai sobrar para o contribuinte, também vítima do prejuízo. Maria da Penha nele O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), foi notificado no dia 15 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em uma ação movida pela ex-primeira-dama Pâmela Bório, com base na Lei Maria da Penha. O processo corre em segredo. O relator é o ministro Francisco Falcão. Virou ex no cargo O tom de despedida do discurso presidente Michel Temer, ontem, ainda que gentil, deixou o ministro Mendonça Filho (Educação) na condição de ex ainda no cargo. Mas ele só quer largar o osso em abril. Como num assalto Servidores com os braços levantados, como se ouvissem do assaltante a ordem “mãos ao alto”, tem sido comum no Ministério da Saúde, onde os servidores recebem da operadora de plano de saúde Capesesp uma circular comunicando reajuste de 22% num país de inflação de 2,5%. Da boca pra fora Ao reclamar do “excesso de protagonismo” do Judiciário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez lembrar declarações anteriores, sem lhes dar consequência, em defesa da extinção da Justiça do Trabalho. Aliado na briga Presidente do Sebrae, Guilherme Afif faz reunião nesta quinta com parlamentares e mais de 20 entidades empresariais para articular a derrubada do veto do governo ao Refis para pequenos negócios. Chamem a polícia O Brasil é o paraíso da indústria farmacêutica. O remédio Evista, usado na prevenção do câncer mamário e osteoporose, custa R$ 270 aqui e apenas 12 euros (R$47) em qualquer país europeu. O Stilnox, contra depressão, custa 7 euros (R$ 27) em Lisboa e R$200 em Brasília. Aniversariantes Os mineiros Francisco Rezek e Carlos Mário Veloso, aposentados do Supremo Tribunal Federal, aniversariam esta semana. Rezek completa 74 anos nesta quinta (18) e Velloso chega aos 82 na sexta (19). Pergunta na Câmara Se Bolsa Família escraviza, como afirmou Rodrigo Maia, o que dizer então do “cotão parlamentar”, vicia? PODER SEM PUDOR Encarando o provocador Jânio Quadros fazia campanha para o governo paulista, em 1982, quando um mendigo, com toco de cigarro pendurado na boca, gritou: - Fujão! Fujão! Fujão! Jânio ignorou o homem, enquanto seus assessores tentavam silenciá-lo. Mas ao descer do palanque, ele se viu frente a frente com o mendigo, que, claro, gritava a plenos pulmões: “Fujaããão!” Jânio olhou-o fixamente e se dirigiu a ele, resoluto. Todos temiam que o ex-presidente, aos 65 anos, decidira esmurrar o homem, que se calou de repente e ficou paradão, com medo. Jânio levantou o braço sobre um segurança e, num golpe rápido, ao invés do soco, retirou o toco de cigarro dos lábios provocadores, colocou-o na própria boca e foi embora. O mendigo permaneceu inerte. E emocionado. Com André Brito e Tiago Vasconcelos www.diariodopoder.com.br