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* Nem tão simples assim (I)


Muito tem se falado do jogo da Baleia Azul. Não queria falar sobre ele, não queria mesmo! Primeiro porque gostaria que essa situação não tivesse saído das telas dos seriados de investigação criminal e ganhado a vida real, segundo porque penso que tem se falado bastante sobre o assunto. No entanto, vejo que ainda muitas pessoas não compreendem nem a dimensão, nem a gravidade da situação. Acham que é frescura, que é mais uma besteira da internet - e por isso fazem piadas deploráveis, porque não percebem o que está, de fato, acontecendo. A questão é muito maior do que uma Baleia Azul, a questão é que vivemos num oceano cheio de animais de todos os tipos. Vivemos num oceano de possibilidades, mas também de negação da cultura, da ética, das normas de convivência, da democracia, do respeito pelo outro, das relações sociais. Nunca tivemos tantas possibilidades e tanto acesso a tudo, mas o excesso pode ser tão prejudicial quanto a falta, quando não sabemos o que fazer com isso. Você já viu uma criança numa loja de brinquedos? É muito fácil se perder num universo tão cheio de possibilidades, quando a oferta é grande demais. Os adultos (gostaria de pensar que em sua maioria) buscam o melhor para seus pequenos. O problema hoje é sabermos o que é o melhor. Encher uma criança de mimos, brinquedos e jogos eletrônicos não é, necessariamente, uma manifestação de afeto. Geralmente, quando o adulto faz isso é para sentir-se menos culpado pelo tempo que não disponibiliza para ficar com seus filhos. E tudo nessa vida tem um preço. Tornar-se pai ou mãe tem um preço, o preço da presença. Não da presença em tempo integral (porque isso é irreal), mas da entrega verdadeira no tempo que for possível. Se você não se faz presente, alguém cobrará esse preço, pode ser o bicho papão, o boi da cara preta, o lobo mau, ou a baleia azul. A vida de nossos jovens precisa acontecer com a presença física do adulto. Dentro das possibilidades do que nosso braço alcança, é claro, mas é preciso que nos façamos presentes. Somos o antídoto!! Ajudar com o tema, preparar um lanche, jogar um jogo, ler uma história, ver um filme, brincar no pátio, jogar conversa fora, são atribuições que precisamos cumprir enquanto adultos responsáveis. Lembra daquele ditado que diz que se correr o bicho pega, se ficar o bicho come?! O único jeito de minimizar os danos das mordidas que esses bichos reais e virtuais podem causar é estarmos juntos, é conversar, é informar. Para quem ainda não sabe, o jogo da Baleia Azul é uma brincadeira macabra, que teve origem na Rússia. É uma espécie de gincana com 50 tarefas a serem cumpridas. Para entrar no jogo os jovens são adicionados em grupos fechados no Facebook ou WhatsApp, onde são desafiados a cumprir tarefas como ouvir músicas depressivas, assistir a filmes de terror, desenhar baleias em seus corpos, criar inimizades e se automutilar. As tarefas vão evoluindo conforme o jogo vai chegando ao final e na última tarefa o jovem é desafiado a tirar a própria vida. Suicídio não tem graça. É preciso falar com seriedade e urgência sobre esse assunto! Atualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde, o suicídio tem causado mais mortes do que os homicídios e o HIV em todo o mundo. O Jogo da Baleia Azul nos coloca em alerta para uma situação muito maior e mais complexa e nos desafia a falar sobre algo que quase nunca nos agrada, a morte!! * Valéria Neves Kroeff Mayer, Professora universitária e escritora


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