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Ética...
A ética. Muito se tem falado, ultimamente, de ética ou de sua falta. Não raro dizemos que a conduta deste ou daquele político é antiética, ou que a decisão de uma autoridade foi ética e moralmente desenvolvida. Podemos, com isso, afirmar que a ética existe desde sempre e que tem, dentre diversos outros, o papel de desenvolver e preservar a moral e pautar a vida em sociedade.
Pode-se dizer que, desde que haja a convivência de dois indivíduos, dentre eles deverá desenvolver-se um comportamento ético; alguns afirmam que a ética existe desde a criação do homem, estando representada mesmo na Bíblia Sagrada do cristianismo, ainda no Gênese, entre Adão e Eva, na forma da lei, da regra proibindo de se consumir do fruto da árvore do bem e do mal.
A ética surge, em primeira análise, do desenvolvimento de regras que irão pautar a vida em sociedade, definindo limites e/ou obrigações gerais. É, portanto, o fruto das convenções individuais e coletivas em relação uns aos outros. Em nossa sociedade, estamos subordinados a uma Constituição Federal, criada a partir do princípio da democracia e que tende a garantir a todos os cidadãos um viver digno. Respeitar, por exemplo, tais Leis é viver eticamente em relação ao Estado. Mas a ética é ainda mais complexa, pois engloba também outros conceitos tais como os religiosos, que norteiam seus adeptos no agir em relação a outrem.
É possível que consideremos que a ética fiscaliza a moral e vice-versa, já que o termo moral nasceu da tentativa romana de traduzir o termo grego éthos. Em uma conceituação bastante simplória, moral seria o senso de certo e errado, de bem e de mal, gerado pelo senso de ética, isto é, a ética nos diz o que devemos/podemos fazer ou não fazer, a moral nos informa se isto é correto, se devemos ou não burlar alguma regra. Um exemplo disso é que matar é moralmente errado, porém, em tempos de guerra, os soldados têm o dever ético para com a Pátria de defender seus ideais, mesmo que para tanto seja preciso matar; isto é moralmente errado, porém, eticamente aceitável. Embora circunspecto, o exemplo ilustra bem o que deseja-se referir.
Portanto, podemos concluir que, para ser viável a convivência entre dois indivíduos ou grupo de indivíduos, faz-se necessário um conjunto de regras que lhes norteiem, impedindo que um infrinja os direitos do outro. Com o estabelecimento dessas normas, quer seja de forma imposta ou surgida naturalmente, advém também o senso moral, que indica o caráter de nossas ações. Poder-se-ia sintetizar ética em duas questões pessoais: eu quero?, eu posso; e moral em apenas uma que complementa as duas outras: eu devo?”.
*O autor é escritor e tem obras publicadas no site https://livredialogo.blogspot.com.br/