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De Dilma a Felipe Melo
Assistindo o debate na Band me reportei à imagem de Alckmin em 2006, onde ele foi agressivo a Lula e perdeu as eleições. Agora foi Dilma. Donde saiu essa agressividade toda? É o desespero? De tudo que saiu sobre ela: burguesa, guerrilheira, abortista (mãe dos pobres, coitados!), sem religião, amiga da onça (Erenice); podemos acompanhar através das imagens dos marqueteiros uma mulher humilde, injustiçada, religiosa ao ponto de colocar oferenda nos pés do menino Jesus. Ainda assim não dá para entender direito aquela agressividade toda no debate. Sinceramente fiquei supresso. Até então tinha visto uma mulher submissa ao Lula confesso que era uma frustração, pois sempre defendi e defendo que o Brasil precisa de uma mulher no governo e quando surgiu uma candidata com condições eleitorais, ela foi sombra de um homem , e depois que deixou o presidente para falar em voz própria se mostrou uma mulher desequilibrada, alterada e agressiva à toa. Quando era posta a parede sua voz ficava até trêmula. Talvez nos tempos de guerrilha já teria mandado bala.
Conferindo estudos eleitorais temos que candidatos agressivos perdem eleições. E para Dilma que já vem caindo desde o final do primeiro turno, a atitude tomada no debate da Band representou o desespero. Senti que ela tentava provocar Serra para que o mesmo rebatesse. Ou seja, se Serra ficasse agressivo seria contra uma mulher e poderia ser o fim das eleições para ele. Entretanto, nem isso sozinha a Dilma conseguiu. Faltou a presença do presidente Lula. Literalmente Dilma está longe de uma Bachelet e Merkel. Ao invés do PT ou o Lula apresentar uma mulher de pulsos fortes, o que vimos foi uma mulher machista. Hoje me pergunto quantas caras tinham no debate: mil e duas? No primeiro turno havia quem roupasse a cena e alguns passavam desapercebidos. Mas quando se esta cara-a-cara prestigiamos muitas caras.
Através dos dados do DataFolha de domingo (10/10/2010), podemos conferir que José Serra de 32,61% nas urnas aparece com 47% em intenções de votos. Subindo 44% enquanto Dilma cresceu 15%. E por falar em votos na urna eletrônica, volto-me a perguntar: como podem afirmar que o presidente Lula tem 80% de aprovação de governo, sendo que sua candidata não conseguiu 50% dos votos?
Depreendo da melhor maneira que o presidente Lula gosta muito; uma analogia entre futebol e política. Falta-me um verbete [desconsidero]. Contra a seleção holandesa o Brasil ganhou no primeiro tempo. Entretanto, o segundo tempo da partida com bolas paradas e falta de comunicação da seleção brasileiro veio à virada. O vilão foi Felipe Melo que perdeu a cabeça em campo e Dunga que nunca foi técnico antes. Por outro lado, a imprensa esqueceu-se de uma pessoa responsável por toda aquela diretoria. O presidente da CBF Ricardo Teixeira. Ou seja, se Dunga e Felipe Mello foram para a Copa foi porque Ricardo Teixeira assinou embaixo. Que no final das contas foi o único que saiu ileso, e usufruindo dos bodes-expiatórios. Logo, uma eventual derrota petista a culpa recairá sobre Dilma e sua equipe. Mas eles foram parar ali por causa de quem?
José de Souza Júnior
Graduado em Filosofia pela UNIFEBE/Brusque e Mestrando em Ciências Politica-UFSCar/São Carlos-SP
Contato: js_junior@yahoo.com.br