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Mandela


“Certas pessoas, raríssimas, pa­recem acima da condição humana. Nelson Mandela foi um desses se­res inexplicáveis. Passar na prisão 27 anos com a consciência de que só lhe acontecia aquilo por defen­der uma das mais grandiosas causas universais e emergir desse massacre sem ressentimento, com propósitos e atos de quem fosse servido por 27 anos com o melhor da vida – isso excede o humano. O animal homem não é assim.” (...)

(Jânio de Freitas)

Eu sei: “toneladas” de papéis já fo­ram escritos sobre Nelson Mandela.

Mas, brevemente, eu só queria res­saltar algo que me tocou muito na sua vida – que é a existência de um dos maiores seres do século XX (ou de todos os tempos).

Queria tentar iluminar um cami­nho para a reflexão: a capacidade impressionante do Perdão. Sim. Perdão. Não o perdão facilitário das telenovelas, de “boca”, que se diz to­dos os dias.

Algo profundamente enraizado no coração, internalizado durante tan­tos anos de privação da liberdade.

Por um objetivo maior que ele mesmo: seu país e seu povo.

Com muito esforço, contaremos nos dedos (de uma só mão), seres dessa estirpe, dessa grandeza.

Saiu da prisão sem ressentimen­to, quando seria capaz (com uma só conclamação) de colocar fogo na África do Sul.

São exemplos que ainda nos dão esperança na espécie humana.

Tal esperança anda escassa pela brutalidade dos modelos existentes, pela exclusão, pela desigualdade obscena, pela traição dos valores mais caros, pela negação do outro, pelo individualismo intenso, pela prevalência dos corações secos e duros. Pelo desejo constante de vin­gança.

Uma luz como Mandela, é um fa­rol: de misericórdia, de compaixão.

E uma sensação de orfandade in­vade o planeta, repleto de guerras – mesmo no seu país, com tanta vio­lência, com a Aids atingindo taxas elevadíssimas.

Meu pai dizia que o bem iria ven­cer – na batalha final, dos anjos contra os demônios (do racismo, do egoísmo, do preconceito, da mesqui­nharia, da inveja, da cobiça, enfim, dos baixos instintos).

Há momentos em que a gente che­ga a duvidar. Mas é preciso acreditar. E que façamos (diariamente) a nossa parte.

Ainda assim, Mandela foi maior que o seu tempo. Foi maior que ele.

Ofertou-nos, como dádiva eterna, o mais precioso presente: a esperan­ça.

Mostrou que o perdão mais pro­fundo – mesmo que muito difícil – é possível.

Alvíssaras!

Vai, Mandela, ilumina outros es­paços. Dialeticamente, seguirás em frente.

Quem sabe, em um lugar pobre e modesto, talvez numa manjedoura, apareçam outros mandelas.

(Brasília, dezembro de 2013)


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