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O Armando é cinco estrelas
No dia em que o Armando morreu, uma grande estrela subiu ao céu. Uma estrela do tamanho do clube que tanto amou. Uma estrela em preto e branco que grudada ao lado esquerdo do peito, dá nome ao Botafogo. E bastou chegar à noite para que outras quatro estrelas brilhassem. Diante da cumplicidade de raios e chuva no Rio, em noite de lua cheia, o Botafogo a quem tanto amava, o saudou com o que o futebol tem de mais sublime: o gol. Quero crer que o Armando seguiu mais feliz, levando consigo a classificação para a semifinal da Taça Rio e a esperança de mais um campeonato estadual. O Bota é Fogo! Honrou um de seus mais ilustres torcedores, dando-lhe uma despedida digna. Digna, na “pintura” de gol do Marcelo Codeiro. Digna, nos outros três de Loco Abreu. Armando partiu de manhã, mas a noite o homenageou. O jogo com o Boa Vista era para ser de cinco, mas quis o destino que só quatro valessem. Foram quatro estrelas que ascenderam com ele para completar as cinco do selo de qualidade. Aí está o Bota, seguindo em frente, levando a poesia do grande mestre do jornalismo brasileiro, Armando Nogueira. O Bota é assim mesmo, cheio de surpresas, o time das causas inesperadas, das supertições, das alegrias e paixões. Importuno, persistente e místico. Um time de craques dentro e fora das quatro linhas e Armando é prova disso. Um time que constrói como poucos a história do futebol. O Armando apaixonado pelas pessoas, pelo esporte, pela poesia, pela literatura, pela música, pelo jornalismo e pela aviação decolou, levando a sua e as outras quatro estrelas que o Botafofo lhe reservou no dia 29 de março, dia de sua derradeira despedida.