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Cinco minutos de fama do Maranhão
O nobre Deputado Waldir Maranhão (PP-MA), presidente da Câmara, após horas de pesadelo resolveu revogar sua própria decisão publicizada pela manhã do mesmo dia, àquela de anulação da sessão que aprovou a abertura do processo de Impeachment.
O pedido foi feito pelo Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, que consubstanciou seu pleito ao que tudo indica, em vícios de procedimento.
Antecipadamente Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, comunicou ao plenário que a tramitação do processo de Impeachment seguiria seu curso, independentemente da decisão de Maranhão.
É a velha prerrogativa dos cinco minutos de fama, na busca de trazer para si os holofotes das mídias e as maledicências do povo brasileiro que incansavelmente espera mudanças, afinal, o importante é aparecer.
Na verdade, é trazer um pouco mais de emoção à novela que se tornou a política brasileira.
Segundo o digníssimo Maranhão, seu objetivo era salvar a democracia, alegando que precisava corrigir vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro, e que sua atitude não se trata de uma brincadeira.
Ora, realmente não é o que parece! Ou então porque mudou de opinião quase que instantaneamente?! Parece brincadeira sim, uma queda de braços entre os detentores de poder.
Bastou uma nuvem para formar uma grande tempestade: coletiva de imprensa para criticar a decisão do então presidente da Câmara, ameaças de denúncia ao Conselho de Ética, show gratuito dentro do gabinete da presidência, onde disparavam: Cunha X PT.
Seja pela pressão sofrida ou pelo pesadelo noturno de Waldir Maranhão, o fato é que ele revogou sua própria decisão, ganhou os cinco minutos de fama do mês inteiro, e aquele disputado espaço nos livros de história.
No atual momento, fala-se até em abertura de processo de Impeachment contra o vice-presidente Michel Temer, por ter cometido o mesmo ato de Dilma.
O mais curioso ante toda essa balbúrdia é aguardar o próximo capítulo, ou melhor, o próximo pesadelo do presidente Maranhão, até que não suporte a pressão da oposição. De fato ele estava certo quando mencionou que iríamos nos surpreender!
Rogo para que todo o procedimento do Impeachment seja dotado de legalidade, ou então todos os operadores do direito estão fadados ao insucesso, pois nesse cenário, não há mais que se falar em segurança jurídica.