PRAIA GRANDE
Investigação sobre tragédia com balão termina sem culpar ninguém
Relatório não comprovou “conduta humana dolosa ou culposa” para causa de incêndio em voo
João Batista [editores@diarinho.com.br]

A investigação da Polícia Civil de Santa Catarina sobre a tragédia com um balão que matou oito pessoas em Praia Grande foi concluída sem indiciar ninguém e sem apontar “conduta humana dolosa ou culposa” na causa do incêndio em voo. O acidente foi em 21 de junho de 2025. No balão estavam 21 pessoas, das quais 13 sobreviveram.
O inquérito foi tocado delegado Rafael de Chiara, da delegacia de Santa Rosa do Sul, com apoio de outras unidades da região e de órgãos periciais. Segundo a Polícia Civil, ao longo da investigação foram ouvidas mais de 20 pessoas, entre sobreviventes, testemunhas, piloto e representantes dos fabricantes do balão e do extintor que estava dentro do equipamento incendiado.
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Também foram produzidos diversos laudos periciais especializados pra tentar esclarecer as causas e circunstâncias do acidente, entre necrópsia, laudos de identificação por arcada dentária, análise de substâncias, criminalística de local e laudo de engenharia. Ao final, as informações levantadas não comprovaram a “existência de conduta humana dolosa ou culposa que tenha dado causa ao incêndio”.
Ainda segundo a Polícia Civil, diante das conclusões periciais e da falta de elementos que caracterizem crime, o inquérito policial foi concluído sem indiciamento de nenhuma pessoa como responsável. O desfecho foi divulgado em nota pelo órgão nesta quarta-feira.
Tragédia
O acidente aconteceu em Praia Grande, no extremo sul catarinense, cidade conhecida como a “Capadócia brasileira” por ser o principal destino de balonismo em Santa Catarina. Na manhã de 21 de julho, o balão da empresa Sobrevoar pegou fogo durante o voo, com 21 pessoas a bordo.
O piloto chegou a aproximar o balão do chão, quando 13 ocupantes conseguiram pular do cesto e sobreviveram, inclusive o piloto, mas o equipamento ficou mais leve e voltou a subir e foi tomado pelas chamas. Entre as oito vítimas fatais, quatro morreram queimadas no cesto e outras quatro por conta da queda de uma altura de 45 metros.
Segundo a Polícia Civil, o extintor dentro do cesto do balão não funcionou. Os voos de balão em Praia Grande foram retomados em 2 de julho, sob novas medidas de segurança. Entre elas, a exigência de dois extintores de incêndio em cada balão, o uso de rádios comunicadores e melhorias técnicas nas operações dos equipamentos.
As mortes:
Andrei Gabriel de Melo, 34 anos
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Everaldo da Rocha, 53 anos
Janaina Moreira Soares da Rocha, 46 anos
Juliane Jacinta Sawicki, 36, e Fabio Luiz Izycki, 42 anos (casal)
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Leandro Luzzi, 33 anos
Leane Elizabeth Herrmann, 70, e Leise Herrmann Parizotto, 37 anos (mãe e filha)
João Batista
João Batista; jornalista no DIARINHO, formado pela Faculdade Ielusc (Joinville), com atuação em midia impressa e jornalismo digital, focado em notícias locais e matérias especiais.