Um morador ficou impressionado com a presença de “porquinhos-da-índia” em meio à restinga da Praia Brava, em Itajaí. Os animais foram vistos no canto sul da praia, no trecho em frente ao Mirage Residence, mas não são porquinhos-da-índia que teriam “invadido” o local. Trata-se apenas de preás, roedores da mesma família e que costumam viver em áreas de restinga e na beira de rios.
O biólogo Fabrício Ulber confirmou que os animais são preás, bem comuns no sul do Brasil. O animal nativo da fauna brasileira é protegido pela lei 9605/1998. “Se alimentam principalmente de capim ...
O biólogo Fabrício Ulber confirmou que os animais são preás, bem comuns no sul do Brasil. O animal nativo da fauna brasileira é protegido pela lei 9605/1998. “Se alimentam principalmente de capim e sementes. Normalmente são vistos ao amanhecer e anoitecer, quando saem das tocas para forragear”, informa.
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A presença dos animais no local reforça a importância da vegetação costeira. “As restingas, além de servirem como uma barreira para a proteção contra a erosão costeira, estabilização de dunas e filtragem de água, são riquíssimas em biodiversidade de flora e um importante refúgio para a fauna costeira, onde encontram recursos como alimentação, abrigo e sítios de reprodução”, frisa.
Confusão é comum
Fabrício comenta que ainda é comum as pessoas confundirem os animais devido às semelhanças. O preá (nome científico cavia aperea) e o porquinho-da-índia (cavia porcellus) pertencem à mesma família e gênero, mas são espécies diferentes. Enquanto o preá é nativo brasileiro e um animal silvestre, o porquinho-da-índia é originário dos Andes e foi domesticado há cerca de cinco mil anos.
“Como são espécies muito próximas, as características físicas entre eles são muito parecidas. Principalmente por serem roedores sem cauda, que é uma característica bem visível. A pelagem do preá é curta, de cor cinza acastanhado, pelos duros. São selvagens, arredios”, explica o biólogo.
Já os porquinhos-da-índia, devido ao processo de domesticação, apresentam diversas raças, com padrões de coloração variada. A pelagem deles pode ser curta ou mais comprida, com pelos mais macios. No comportamento, Fabrício completa que eles são mais dóceis e sociáveis.