Milena Andersen Lopes, secretária-adjunta da Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família de Santa Catarina, foi alvo de uma operação de busca e apreensão conduzida pelo Gaeco nesta terça-feira. Ela, que é ex-prefeita de Vargem e ex-presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), recebeu a visita dos policiais logo cedo em sua casa.
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Milena ficou conhecida no litoral norte catarinense por ser a prefeita que, em janeiro de 2023, disputou a presidência da Fecam contra a chapa do então prefeito de Penha, Aquiles da Costa (MDB). ...
Milena ficou conhecida no litoral norte catarinense por ser a prefeita que, em janeiro de 2023, disputou a presidência da Fecam contra a chapa do então prefeito de Penha, Aquiles da Costa (MDB). Na época da eleição, Aquiles, que também era o presidente da Amfri, acusou o governo de Jorginho Mello (PL) de interferir de forma “imoral” na disputa eleitoral para favorecer Milena, que acabou eleita.
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Em fevereiro deste ano, Milena foi nomeada secretária-adjunta na secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família. Os crimes pelos quais ela é investigada, no entanto, não têm relação com o cargo que ocupa no governo de Santa Catarina. A apuração diz respeito ao seu segundo mandato como prefeita de Vargem, no oeste catarinense.
Milena é investigada por supostos crimes relacionados ao asfaltamento de vias públicas do município. A denúncia do Ministério Público aponta que ela teria recebido propina para favorecer uma construtora.
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Os crimes são investigados na Operação Via Clandestina e teriam acontecido entre 2021 e 2024. Segundo o MP, Milena teria recebido pagamentos ilícitos em troca da concessão de contratos de pavimentação à empresa chegada dela.
Além de Milena, a operação teve como alvos o empresário dono da construtora, endereços ligados à empresa e à prefeitura de Vargem.
O Ministério Público apura crimes de corrupção ativa e passiva, com pactuação de vantagens indevidas mediante favorecimentos recíprocos. As investigações apontam indícios de acordos entre Milena e o empresário beneficiado. Durante o cumprimento dos oito mandados de busca e apreensão, foram recolhidos documentos e mídias considerados relevantes para o andamento das apurações.
As ordens judiciais, expedidas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, foram cumpridas em Vargem, Campos Novos, Lages e São José. As investigações seguem sob sigilo e assim que houver liberação dos autos novas informações poderão ser divulgadas.
Operação Via Clandestina
A operação "Via Clandestina" faz referência à suspeita de encontros clandestinos e agendados entre os investigados, em vias públicas, para repasse de valores de propina em decorrência da execução de contratos de pavimentação asfáltica de vias públicas municipais.