SANTA CATARINA

Trabalhadores da Celesc entram em greve

Paralisação foi mantida e trabalhadores temem que meta do estado seja a privatização; nova negociação deve ocorrer nesta terça

Unidade no São João, em Itajaí, ficou com as portas fechadas (Foto: João Batista)
Unidade no São João, em Itajaí, ficou com as portas fechadas (Foto: João Batista)
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Os trabalhadores da Celesc entraram em greve nessa segunda-feira por tempo indeterminado, conforme assembleia da categoria. A paralisação teve adesão em todas as regionais do estado. Na regional de Itajaí, todas as lojas de atendimento amanheceram fechadas. A cidade integra o sindicato regional, com sede em Blumenau, onde também houve mobilização.

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O anúncio de paralisação foi feito pela Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel), na sexta-feira, após reunião da diretoria da Celesc terminar sem acordo sobre a forma ...

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O anúncio de paralisação foi feito pela Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel), na sexta-feira, após reunião da diretoria da Celesc terminar sem acordo sobre a forma de pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da companhia. O valor previsto é de R$ 56 milhões, com base no atingimento de metas.

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Conforme a entidade, durante a greve os serviços essenciais serão mantidos de forma voluntária pelos trabalhadores, enquanto esperam por avanços nas negociações de acordos coletivos e a apresentação de uma nova proposta pela Celesc que valorize a categoria. Na manhã desta segunda-feira, uma nova proposta da empresa seria avaliada pelos sindicatos regionais nos portões da empresa.

“O motivo da greve é a postura negligente da diretoria da empresa tanto na negociação de direitos dos trabalhadores quanto na gestão da empresa. Atuando com uma lógica privada, a diretoria tem precarizado condições de trabalho, o que impacta diretamente no serviço prestado à população”, destacou a Intersindical.

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De acordo com a entidade, mesmo com uma proposta encaminhada pela Intercel em dezembro de 2023 para o acordo coletivo de PLR 2024, a Celesc não formalizou uma contraproposta, “apostando em uma tentativa de divisão e enfraquecimento dos trabalhadores”.

“A negligência beira a irresponsabilidade com a gestão do patrimônio público, uma vez que a PLR é calculada através do resultado de um contrato de gestão e resultados, aprovado ainda no fim do último ano. Passados oitos meses, as metas já estão sendo apuradas e, mesmo assim, a diretoria ainda não definiu o acordo dos trabalhadores”, critica o sindicato.

Na sexta, a Celesc apresentou nova proposta, mas que foi considerada uma “ofensa” aos trabalhadores pela Intercel e que teria servido apenas para enfraquecer o movimento de greve.  A paralisação, porém, ficou mantida. Segundo o sindicato, a empresa não respeitou o critério de proporcionalidade na divisão do PLR, defendido pela categoria em assembleia estadual.

Segundo os trabalhadores, a participação dos lucros estaria privilegiando cargos mais altos, como engenheiros, enquanto categorias mais baixas, que ganham menos, mas que seriam as responsáveis pelos bons resultados da empresa, estariam sendo prejudicadas. 

Durante a segunda-feira, os funcionários da Celesc fizeram assembleias pra avaliar a proposta nos portões da empresa.  Todos rejeitaram a proposta e a greve segue sem previsão de acabar.

Já a Celesc convidou os sindicatos para uma nova negociação na terça-feira. Além do impasse com a divisão da PLR, a Intercel também aponta problemas de gestão na Celesc, como a recente troca de sistema que gerou uma série de reclamações de clientes e denúncia ao Ministério Público. “A gestão desta diretoria, além de não recompor o quadro de pessoal próprio e aumentar a terceirização, ainda implementou um sistema comercial que segue trazendo transtornos, decisões que levam os trabalhadores a situações inseguras tanto físicas quanto mentais, prejudicando a população como um todo”, destaca em nota a Intercel.

Meta é a privatização

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O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Eletricitários do Vale do Itajaí (Sintevi), Davi Coelho, comentou em vídeo a proposta da Celesc sobre a PLR, avaliando que ela é, no mínimo, “polêmica” e “divide” os trabalhadores. A regional do Sintevi diz que registrou uma adesão “bastante grande” em Blumenau, Rio do Sul e Itajaí.

“O que está por trás não é se o valor será linear, proporcional, se será 40%/60%, 60%/40% ou 50%/50%. Não é isto que importa para a empresa, porque o valor é o mesmo. O que ela está apostando é na divisão da categoria. Sempre tentou, sim, não é novidade, mas não na proporção que está hoje”, avalia.

Para Davi, a “aposta na discórdia” entre os trabalhadores seria uma tática da diretoria da Celesc em caminho mais curto para a privatização da companhia. Diante desse risco, o sindicalista alertou que os trabalhadores não devem fazer uma avaliação meramente econômica da proposta da empresa.

“A empresa vem com uma proposta muito clara, aprovada pela instância superior, que é o governo do estado. O governador [Jorginho Mello (PL)] aprovou o enfrentamento, mas veja que nunca chegamos numa polêmica dessa na história das discussões das PLRs”, destacou, afirmando que essa é a greve mais importante dos eletricitários desde os anos 1900.

 

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Celesc espera entendimento com nova proposta

 

Em nota assinada pela diretoria, a Celesc informou que a companhia apresentou aos sindicatos dos trabalhadores uma “sugestão inicial” da forma de distribuição da PLR, visando estimular ainda mais o engajamento dos empregados, pra aperfeiçoar os critérios por meio do diálogo.

A empresa lembrou que, no dia 2 de agosto, convidou os sindicatos pra discussão de uma nova metodologia da PLR, com reunião marcada para 6 de agosto. “Contudo, ainda no dia 3 de agosto, já foi anunciado pelo grupo sindical da Intercel (que representa uma parte dos empregados – incluindo atendentes comerciais e eletricistas) uma greve por tempo indeterminado, sem antes dialogar com a empresa”, alegou.

Ainda assim, no dia 6 houve o encontro inicial com os sindicatos, porém, a Celesc informa que a Intercel saiu da reunião sem discutir a pauta de forma conjunta. No dia seguinte, a empresa fez reuniões separadas com os dois grupos sindicais, sendo que a Intercel rejeitou qualquer proposta de mudança na forma de divisão da PLR.

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Já o grupo formado pela Intersindical Celesc, que representa os sindicatos dos engenheiros, dos técnicos industriais, dos economistas, dos químicos, dos contabilistas e dos advogados, manifestou interesse em continuar as discussões, decidindo não entrar em greve.

Pra seguir as tratativas, na sexta-feira a Celesc enviou uma proposta formal, marcando uma nova reunião com os sindicatos para essa terça-feira. “Nesta proposta fica assegurada uma parcela mínima de R$ 4 mil para cada empregado da Celesc, independentemente da sua categoria, incluindo atendentes comerciais e eletricistas, parcela a ser paga no mês de outubro deste ano”, esclareceu a empresa.

A expectativa é que a proposta seja analisada pela categoria, com a Celesc acreditando num entendimento. “A empresa mantém o firme propósito do pagamento da PLR 2024, com valores nos mesmos patamares de 2023, podendo atingir até R$ 56 milhões, com base no atingimento de todas as metas convencionadas”, ressalta.

 

Lojas fechadas na região

Segundo a Celesc, a paralisação não afeta todos os empregados, atingindo principalmente os postos de atendimento ao consumidor. Para minimizar os impactos dos grevistas, a empresa reforçou que os clientes podem acessar os serviços por telefone e internet, pelo WhatsApp (48) 99860-0067, central 0800 048 0120, no app Celesc e na Agência Virtual. Atendimentos de emergência são pelo 0800 048 0196.




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