As polícias Civil e Militar não têm dúvidas de que o adolescente de 17 anos apreendido em uma quitinete no bairro da Murta, em Itajaí, é o assassino da chef de cozinha Amanda Regina Samuel de Souza, de 40 anos, morta a facadas na segunda-feira dentro de casa, no bairro Fazenda. A investigação mostrou que o menor permaneceu por mais de uma hora no apartamento de Amanda, tomou banho e trocou as roupas sujas de sangue no local. A polícia ainda aguarda o laudo para confirmar se a vítima foi estuprada antes de ser morta.

As informações foram divulgadas em coletiva à imprensa  na manhã de quarta-feira. A polícia revelou que na quitinete onde o menor foi apreendido, na tarde de terça, estava um homem, de 34 anos, com um revólver calibre 32 com numeração raspada. No local foram encontrados o celular, a mochila e o relógio roubados de Amanda. Outro celular furtado na casa de uma vizinha da vítima e cartões de crédito também foram localizados na quitinete. As roupas sujas de sangue já estão em poder da polícia para a perícia.

Informalmente, o menor chegou a confessar o crime aos PMs, mas na hora do depoimento ao delegado Eduardo Ferraz ele se reservou o direito de ficar calado. “No momento da abordagem ele confessou o crime e negou a tentativa de estupro. Falou que a intenção era só furtar os pertences da vítima, mas pela cena dos crimes existem indícios de crime sexual”, informou o comandante da PM, Ciro Adriano da Silva.

O delegado Eduardo contou que a investigação mostrou que o adolescente invadiu o apartamento pela janela da cozinha com o intuito de furtar. No entanto, ele entrou em luta corporal com Amanda e a matou com vários golpes de faca.

O menor permaneceu uma hora e meia no interior do apartamento e chegou a tomar banho no chuveiro da vítima. Ele ainda trocou de roupas no local, colocando uma jaqueta que aparentemente também seria de Amanda. As roupas sujas de sangue e os pertences roubados foram colocados em uma mochila da dona da casa. Ele fugiu do local pedalando a bicicleta que aparece nas imagens de câmeras de monitoramento.

Amanda, segundo o comandante da PM, estava morando sozinha desde dezembro de 2023. A filha foi morar com o namorado e a chef de cozinha seguiu residindo no apartamento da rua João Fernandes Vieira Júnior, no loteamento Padre Jacó. O corpo de Amanda foi sepultado no cemitério Santo Antônio, em Itapema.

Vítima estava sem roupas

Sobre a possibilidade de Amanda ter sido estuprada antes de ser morta, o delegado Eduardo Ferraz aguarda o laudo da Polícia Científica. “Há suspeita, ainda não confirmada, de que ela possa ter sofrido violência sexual pelo posicionamento do corpo. A vítima estava de bruços, com as roupas íntimas retiradas, deitada no chão, e os móveis bastante remexidos. Pode ser luta corporal ou ele buscando outros bens para serem subtraídos”, explicou.

A polícia suspeita que a faca usada no crime foi pega no apartamento da vítima. “Ele andou por todo o bairro, mexendo nos carros. Na rua de trás da casa da vítima ele teria roubado um celular. O modus operandi era circular praticando pequenos furtos, nessa situação ele encontrou a mulher, houve a resistência da vítima e acabou acontecendo um crime mais grave”, acredita o delegado.

Adolescente não tinha ficha suja

Oficialmente, esse é o primeiro ato infracional cometido pelo adolescente. Segundo a PM, ele já foi flagrado em atos obscenos na região da Praia Brava e também em dezembro do ano passado foi encontrado na garupa de uma moto que tinha registro de furto. O piloto da motocicleta era justamente o homem de 34 anos com quem o adolescente estava morando na quitinete no bairro da Murta. Na terça, esse homem foi preso em flagrante por porte de arma e corrupção de menores.

Com a detenção do menor, o delegado Eduardo pediu à justiça a apreensão dele para cumprimento de medida socioeducativa. O delegado aguarda a decisão da Vara da Infância e da Juventude de Itajaí autorizando o recolhimento.

Como tem 17 anos, ele responderá perante o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena de detenção de no máximo três anos.

Menor não demonstrou arrependimento, diz PM

O comandante da PM, Ciro Adriano da Silva, explicou que a polícia chegou ao paradeiro do adolescente após receber diversas denúncias anônimas. As imagens do cara pedalando a bicicleta após o crime foram postadas nas redes sociais e ajudaram a polícia na identificação e também a localizar o paradeiro dele.

Na tarde de terça, ao descobrir que o menor estaria em uma quitinete da comunidade Vila da Miséria, a PM montou barreiras na rua atrás da empresa GDC e o localizou no imóvel que fica bem próximo do estaleiro Thyssenkrupp. “Não mostrou arrependimento. Ele não esperava ser abordado naquele momento, ficou surpreso, mas estava tranquilo. Não resistiu à prisão. No local, ele confessou aos policiais que tinha sido mesmo o autor”, reforçou o comandante. 

Fora da escola desde a quinta série

Pelo que foi apurado pelo DIARINHO, o menor morou um tempo em Navegantes e se mudou para o bairro Canhanduba com a família. No entanto, desde 2018 ele estava afastado da escola. O suspeito parou de estudar na quinta série.

Um barbeiro de Itajaí que cortava o cabelo do assassino acredita que o menor tinha problemas mentais. “Ele era perturbado. Tem problema psiquiátrico, distúrbio e acho que estava usando drogas e tem um sério problema social. Está bem mais magro, faz oito meses que não vejo ele”, relatou o barbeiro. No entanto, oficialmente não há registro de acompanhamento no Conselho Tutelar de Itajaí. 

A família do adolescente apreendido não tinha contato com ele há algum tempo, segundo o delegado. A comunicação com a mãe era somente por WhatsApp. Antes de sair de casa da família, o jovem era criado somente pela mãe, já que o pai, segundo o registro de nascimento e na carteira de identidade, é tido como desconhecido.

Fora da escola desde a 5ª série

Pelo que foi apurado pelo DIARINHO, o menor morou um tempo em Navegantes e se mudou para o bairro Canhanduba com a família. No entanto, desde 2018 ele estava afastado da escola, tendo o suspeito parado de estudar na quinta série.

Um barbeiro de Itajaí, que cortava o cabelo do assassino, acredita que o menor tinha problemas mentais. “Ele era perturbado. Tem problema psiquiátrico, distúrbio e acho que estava usando drogas e tem um sério problema social. Está bem mais magro, faz oito meses que não vejo ele”, relatou o barbeiro. No entanto, oficialmente não há registro de acompanhamento no Conselho Tutelar de Itajaí. 

A família do adolescente apreendido não tinha contato pessoal com ele há algum tempo, segundo o delegado. A comunicação com a mãe era somente por WhatsApp. Antes de sair da casa da família, o jovem era criado somente pela mãe, já que o pai, segundo o registro de nascimento e na carteira de identidade, é tido como desconhecido.