O edifício Suely, na esquina da avenida Central com a rua 600, no centro de Balneário Camboriú, está sendo demolido e dará lugar a um novo empreendimento. O imóvel foi comprado pela construtora FG, que promete um “megaprojeto disruptivo” naquela região, envolvendo áreas vizinhas. A previsão de lançamento é em 2024.

O prédio histórico já abrigou a primeira rodoviária, que depois mudou para o endereço na avenida Santa Catarina, no bairro dos Estados. O terminal no centro era de propriedade do empresário Carlinhos Rosa, falecido em 2017. Ao longo do tempo, o prédio foi endereço de órgãos públicos e diversos comércios.

Até o ano passado, no térreo funcionava restaurante, ótica, pastelaria e uma loja de roupa. As lojas existentes mudaram de endereço para as obras de demolição, que começaram nesta semana, pela cobertura. A área foi isolada e recebeu tapumes de contenção.

O jornalista e radialista Elias Silveira lembra que, depois da rodoviária, o local recebeu o açougue Presidente, de Arno Rech, que chegou a ser vice-prefeito de Presidente Getúlio. Ele ainda lembrou de outros comércios tradicionais que funcionaram no mesmo prédio, entre a barbearia do Zéquinha, sapataria do Crispin, eletrônica Nardelli e a vidraçaria do Norberto.

O endereço abrigou por 20 anos o boteco “raiz” Pata Pata, que era o point de jornalistas e de outras figuras que marcaram a história da cidade. Elias conta que o estabelecimento era um dos mais frequentados de BC. “Era onde o Waldemar [Cezar Neto, editor do jornal Página 3], eu e mais uma centena tomávamos uma gelada. Dá um livro, ou uma série de TV... Foram muitas emoções”, diz.

Mas o espaço não era só bar. Além de cerveja e outras bebidas, também vendia pastel, cachorro-quente, café, lanches, porções e refeições, atendendo o pessoal que trabalhava nas diversas lojas da região. O Pata Pata depois se transformou no restaurante Cristtal, último estabelecimento até a venda do imóvel.

Primeira rodoviária

Já a antiga rodoviária funcionava nos fundos do prédio. “Nos fundos existiu, bem antes de 1980 – foi o ano que cheguei para trabalhar na Rádio Camboriú –, uma rodoviária que era do Carlinhos Rosa, mesmo proprietário daquele predinho”, recorda Elias.

A construção tem o charme dos primeiros edifícios de Balneário, com linhas retas. A construção é datada de 1962, antes mesmo da emancipação política da cidade, feita em 1964.

O prédio foi erguido com dois pisos e tinha a fachada voltada para a esquina, com janelas simétricas na parte superior.