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Governo Lula III, a casa e o sofá


A série de pesquisas sobre avaliação de desempenho do Governo Federal e do Presidente Lula apontam para indicadores cumulativamente negativos. As razões para tanto são variadas nas dimensões da vida política. De antemão, é recorrente na literatura de Sociologia Política que a permanência no tempo de avaliações negativas, pessoais, de governo como conjunto e de resultados são de difícil recuperação. Reconquistar indicadores desfavoráveis já é em si um estrago suficientemente grande. Reverter quadros de avaliação limitativa de desempenho que, em séries de pesquisas, aumentam em indicadores é assustador.

Um dos fatores é que as dimensões estruturais de governo e governabilidade estão danificadas. Como uma rachadura na parede próxima à coluna de sustentação. E a cada desventura a argamassa que une as partes para formar o todo governamental se fragiliza. Desde o primeiro mandato de Dilma Rousseff – período indicado para transição ao liberalismo político, os caminhos deveriam seguir fronteiras de impulso ao desenvolvimento da economia de mercado e não de intervenção econômica de Estado. Até aqui – passando depois por Temer, Bolsonaro e agora Lula, este parece ser um caminho abandonado. A história política e a história econômica da Europa são excelentes guias, a despeito das diferenças históricas entre Europa e América Latina. Faltam-nos confiança e segurança decorrentes de estrutura de governo.

Outro fator da condição atual do Governo é que, pela amplitude de estrutura, quantidade de ministérios, desencontros entre Poder Judiciário, Legislativo e Executivo, Banco Central, o “Governo Lula III” não produz identidade de segurança política [petista, lulista ou de coalisão]. Parece uma cédula de identidade sem fotografia. Não se percebem valores políticos como Planejamento e Organização, embora Haddad tente entregar algum contorno de Política Fiscal. Numa casa na qual não se nota Organização resultante de Planejamento, as vertentes de esforço, dedicação, capacidade de resposta, adequação das visitas ao ambiente serão negativas e aos responsáveis serão expostas avaliações negativas. Uma casa bem organizada provoca a condição de não se entrar com sapatos sujos.

Depois de Planejamento e Organização se firmarem como valor, é mais fácil ter protagonismo de agenda. Isso significa influenciar as pessoas a pensarem de acordo com os valores mais amplos ...

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Um dos fatores é que as dimensões estruturais de governo e governabilidade estão danificadas. Como uma rachadura na parede próxima à coluna de sustentação. E a cada desventura a argamassa que une as partes para formar o todo governamental se fragiliza. Desde o primeiro mandato de Dilma Rousseff – período indicado para transição ao liberalismo político, os caminhos deveriam seguir fronteiras de impulso ao desenvolvimento da economia de mercado e não de intervenção econômica de Estado. Até aqui – passando depois por Temer, Bolsonaro e agora Lula, este parece ser um caminho abandonado. A história política e a história econômica da Europa são excelentes guias, a despeito das diferenças históricas entre Europa e América Latina. Faltam-nos confiança e segurança decorrentes de estrutura de governo.

Outro fator da condição atual do Governo é que, pela amplitude de estrutura, quantidade de ministérios, desencontros entre Poder Judiciário, Legislativo e Executivo, Banco Central, o “Governo Lula III” não produz identidade de segurança política [petista, lulista ou de coalisão]. Parece uma cédula de identidade sem fotografia. Não se percebem valores políticos como Planejamento e Organização, embora Haddad tente entregar algum contorno de Política Fiscal. Numa casa na qual não se nota Organização resultante de Planejamento, as vertentes de esforço, dedicação, capacidade de resposta, adequação das visitas ao ambiente serão negativas e aos responsáveis serão expostas avaliações negativas. Uma casa bem organizada provoca a condição de não se entrar com sapatos sujos.

Depois de Planejamento e Organização se firmarem como valor, é mais fácil ter protagonismo de agenda. Isso significa influenciar as pessoas a pensarem de acordo com os valores mais amplos da versão do estado da casa. Com protagonismo de agenda, por consequência, fluem planos setoriais porque Planejamento e Organização se antecipam como parâmetros de avaliação. Cada cômodo “cabe” no ambiente. Estas expressões combinadas produzem muito apreço, avaliação positiva. Se você tenta arrumar o sofá com a casa em desencanto organizacional, o sofá será descontinuidade do ambiente. O sofá reforçará a percepção do desarranjo da casa.

Com tal “desordem” ou “estado de anomia”, apesar de todo o esforço de limpeza e “libertação” do sofá, o fato é que a casa continua como estava. O “Governo Lula III”, por não estabelecer valores de Planejamento e Organização, por mais que faça, não alcançará bons resultados. A “limpeza” é da casa e o sofá limpo é parte dela. Tudo isso aprofunda o desalento, o desencanto com a Política. A sensação é que a Política custa muito “caro” porque não entrega esperança, confiança, segurança para se viver. O “Governo Lula III” permanece com a casa precisando de muitos reparos. Melhor estabelecer um final de semana próximo, aumentar o volume da música, pegar balde e sabão e iniciar logo. Senão nem o sofá vai funcionar!

 

 


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