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A crise econômica ou a crise política?
O que diria os velhos consagrados intelectuais estadistas? Que estamos diante de um apocalipse? Ou no início de uma nova era? Factualmente a bola da vez é o próprio setor público. Não abordamos o setor privado. E quando, ainda nos lembramos da crise imobiliária estadunidense não podemos nos esquecer do que a antecedeu. O Estado gastando e gastando em guerras. Ou seja, a bola de neve gerada vem somatizar numa sonegação de financiamento dos contribuintes e acarretando na funcionabilidade estatal. O Obama não é o vilão e Bush não deve sobreviver à história como um herói. Já que é fácil lembrar-se do recente histórico da humanidade e condenar os terroristas. Parecendo que a culpa de tudo que hoje existe, foi um dia gerado pelos terroristas. O terrorismo contemporâneo só surge para ser uma resposta de uma conjuntura atual. Caso contrário, as torres gêmeas seriam derrubadas em outra ocasião como, por exemplo, na Guerra Fria.
Ao partirmos de uma avaliação histórica onde uma vez o poder estava na força física e depois atribuído ao aparato bélico, em 1798 teremos o evento onde a guerra não se dá em nome de um deus ou monarca, e sim, do próprio ser humano. Dessa forma, o 11 de setembro de 2001 mostrou que não era preciso mais ser uma instituição para cometer uma destruição. O símbolo do poder econômico do EUA foi atacado não por uma nação ou revolucionários, mas sim, seguidores de um líder de ideologia fragmentada. A forma abrupta como o século 21 foi encarado não seria diferente se voltássemos cem anos. Contudo, hoje qualquer homem pode atacar uma super-nação.
Doravante, a crise econômica possui respaldos políticos. Talvez por vivermos uma geração onde não há grandes lideres no cenário político. Ou melhor, a falta de um estadista. A falta de alguém com voz forte e determinada. A carência de alguém que olhasse pra frente. Quando Obama vai até os acréscimos do segundo tempo para dizer o que fazer diante da dívida americana, ele mostrou para o mundo que é apenas um evento presidencial. Não um presidente que consegue aplicar seu jogo político. E pelo fato de ser um marco em campanhas políticas, o próprio Obama fez com que a cadeira da Casa Branca se tornasse uma briga pessoal entre Democratas e Republicanos. Por fim, quem pensou no Lulinha, esqueceu o significado de populismo. Pois a era Lula é uma jornada sem credibilidade global.
Depreendo com o pensamento que a crise econômica é um resultado da circunstância política gerada na quebra de braço do próprio Estado. O Estado quebrou e não por causa do setor privado. O Estado americano quebrou devido aos investimentos bélicos. O Estado europeu quebrou devido à ineficiência de sua indústria em adaptar-se no modelo industrial do século vinte o qual é liderado pelos asiáticos. O Estado quebrou porque demorou demais para surgir um estadista. E hoje temos líderes que ideologicamente ponderam entre o conservadorismo e praticismos no sentido que devo fazer de tudo para permanecer no governo, nem que seja dizer: I Love Marx.
José de Souza Júnior
Graduado em Filosofia pela UNIFEBE/Brusque e Mestrando em Ciências Políticas-UFSCar/São Carlos-SP